Apesar da pena de 98 anos, Lindemberg deverá ficar cerca 26 anos na prisão |
O motoboy Lindemberg
Alves, de 25 anos, foi condenado ontem a 98 anos e 10 meses de prisão por matar
a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15, e por outros 11 crimes, em outubro
de 2008. A juíza Milena Dias aplicou penas máximas em todos os crimes e afirmou
que Lindemberg é perigoso.
Ele, no entanto, deverá ficar na cadeia no máximo
mais 26 anos e 4 meses.
"O réu agiu com
frieza, premeditadamente, em razão de orgulho e egoísmo", escreveu na
sentença a juíza Milena Dias. A mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, mostrou-se
aliviada após o anúncio. "Não vou ter a minha filha de volta, mas pelo menos
vou ter justiça", ressaltou.
O acusado ouviu toda a sentença de cabeça
baixa, enquanto Ana Cristina chorava e era cumprimentada por quem assistia ao
júri, que durou quatro dias. Segundo a Polícia Militar, cerca de 400 pessoas se
aglomeraram na frente do Fórum de Santo André (SP) para ouvir o resultado do
júri. A multidão comemorou a condenação.
Após 50 horas de julgamento, os jurados acolheram a versão apresentada pela promotora de Justiça Daniela Hashimoto, que, durante exatos 90 minutos, citou depoimentos das vítimas, laudos periciais e gravações do processo de negociação para comprovar que o acusado planejou matar. Com o revólver 32 usado pelo acusado nas mãos, a promotora ressaltou a personalidade agressiva do réu, que tratava a vítima como um objeto e apenas confessou o crime para atenuar sua pena, sem nenhum tipo de arrependimento.
"Vocês acreditam nesse rapaz bonzinho, que queria se encontrar com a namorada escondidinho e só agora pede perdão, diante da mídia?", questionou Daniela. "Ou acham que ele é uma pessoa dissimulada, manipuladora, que tirou o irmão de cena para assegurar que Eloá não seria avisada?".
Após 50 horas de julgamento, os jurados acolheram a versão apresentada pela promotora de Justiça Daniela Hashimoto, que, durante exatos 90 minutos, citou depoimentos das vítimas, laudos periciais e gravações do processo de negociação para comprovar que o acusado planejou matar. Com o revólver 32 usado pelo acusado nas mãos, a promotora ressaltou a personalidade agressiva do réu, que tratava a vítima como um objeto e apenas confessou o crime para atenuar sua pena, sem nenhum tipo de arrependimento.
"Vocês acreditam nesse rapaz bonzinho, que queria se encontrar com a namorada escondidinho e só agora pede perdão, diante da mídia?", questionou Daniela. "Ou acham que ele é uma pessoa dissimulada, manipuladora, que tirou o irmão de cena para assegurar que Eloá não seria avisada?".
As contradições entre as versões de Lindemberg e das vítimas e
testemunhas foram exploradas pela promotora desde o início de sua fala. Além de
negar a reconciliação e, portanto, a suposta traição relatada pelo acusado como
estopim para o cárcere, Daniela rebateu que a arma tivesse sido apontada às
vítimas para acalmá-las. "Você ficam calmos diante de uma arma?".
E acrescentou: "A arma usada por Lindemberg tinha quatro cartuchos. Todos foram disparados, mas um picotou. Só depois de descarregar a arma é que a jogou no chão. Sabia que não teria outra chance de matar."
Segundo o advogado criminalista Sergei Cobra Arbex, como Lindemberg foi condenado por crimes hediondos, deve cumprir pelo menos dois quintos da pena em regime fechado. Mas no País o limite máximo de prisão, por lei, é de 30 anos. Ele já cumpriu 3 anos e 4 meses.
O criminalista Roberto Parentoni pondera, no entanto, que sempre há espaço para a defesa recorrer ao juiz de execuções penais para que haja progressão de pena. Parentoni considera possível pedir livramento condicional a partir do cumprimento de 15 anos. "Mas, como esse crime teve bastante repercussão, pode ser difícil obter a progressão".
O CRIME
Às 13h30 do dia 13 de outubro de 2008, o rapaz invadiu o apartamento de Eloá em um conjunto habitacional de Santo André. Inconformado com o fim do namoro com a garota, que tinha 15 anos, Lindemberg, então com 22, fez reféns a jovem, a melhor amiga dela, Nayara Rodrigues da Silva, e dois rapazes, Victor Lopes e Iago Vilera de Oliveira.
E acrescentou: "A arma usada por Lindemberg tinha quatro cartuchos. Todos foram disparados, mas um picotou. Só depois de descarregar a arma é que a jogou no chão. Sabia que não teria outra chance de matar."
Segundo o advogado criminalista Sergei Cobra Arbex, como Lindemberg foi condenado por crimes hediondos, deve cumprir pelo menos dois quintos da pena em regime fechado. Mas no País o limite máximo de prisão, por lei, é de 30 anos. Ele já cumpriu 3 anos e 4 meses.
O criminalista Roberto Parentoni pondera, no entanto, que sempre há espaço para a defesa recorrer ao juiz de execuções penais para que haja progressão de pena. Parentoni considera possível pedir livramento condicional a partir do cumprimento de 15 anos. "Mas, como esse crime teve bastante repercussão, pode ser difícil obter a progressão".
O CRIME
Às 13h30 do dia 13 de outubro de 2008, o rapaz invadiu o apartamento de Eloá em um conjunto habitacional de Santo André. Inconformado com o fim do namoro com a garota, que tinha 15 anos, Lindemberg, então com 22, fez reféns a jovem, a melhor amiga dela, Nayara Rodrigues da Silva, e dois rapazes, Victor Lopes e Iago Vilera de Oliveira.
Por cem horas, o
maior cárcere privado da história de São Paulo ganhou a atenção da mídia. A
polícia foi acionada e cercou o local. No dia 17, policiais invadiram o apartamento
e Lindemberg atirou contra Eloá e Nayara, que sobreviveu, apesar de ter sido
atingida. Eloá, porém, não resistiu.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
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