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quarta-feira, 24 de junho de 2020

MAIS ESSA: Estudo identifica nova linhagem do vírus zika em circulação no Brasil.

(Foto: Agência Brasil)
Pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia descobriram uma nova linhagem do vírus da zika circulando no Brasil. O achado foi publicado em junho no periódico International Journal of Infectious Diseases.
A introdução da nova cepa, do tipo africano, foi identificada graças a uma ferramenta de monitoramento genético desenvolvida por pesquisadores vinculados ao Cidacs. O método consiste em analisar sequências genéticas de microrganismos disponíveis em bancos de dados públicos, permitindo aos cientistas compararem os genes do vírus avaliado com os que já foram descobertos anteriormente.
“Pegamos esses dados e analisamos, selecionamos as sequências do Brasil e mostramos a frequência desses tipos virais ano a ano”, explicou Artur Queiroz, coautor do estudo, em declaração à imprensa. “O principal achado é que vemos uma variação de subtipos e linhagens durante os anos, sendo que em 2019 há o aparecimento, mesmo que pequeno, de uma linhagem que até então não era descrita circulando no país.”
De acordo com os cientistas, há duas linhagens do vírus zika: a asiática e a africana (sendo que essa é subdividida em oriental e ocidental). No novo estudo, os pesquisadores analisaram 248 microrganismos que foram encontrados no Brasil e notaram que, até 2018, o vírus da zika era majoritariamente (mais de 90%) cambojano. Essa proporção, entretanto, mudou em 2019, quando o subtipo da zika oriundo da micronésia passou a compreender 89,2% das sequências submetidas ao banco genético.
Ainda assim, o que surpreendeu os pesquisadores foi a identificação do tipo africano do vírus zika por aqui. “A linhagem da África foi isolada em duas regiões diferentes do Brasil: no Sul, vindo do Rio Grande do Sul, e no Sudeste, no Rio de Janeiro”, escreveram os autores do estudo.
Para os pesquisadores, a descoberta serve como alerta para a vigilância da doença. Segundo Larissa Catharina Costa, uma das autora da pesquisa, estudos genéticos devem continuar sendo realizados a fim de evitar um novo surto da doença com o novo genótipo circulante.
Galileu

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