POR FERNANDO GRAZIANI
Foi ele que fez o gol do empate contra o Vitória em Salvador quando, corajoso, assumiu a cobrança de pênalti na semifinal da Copa do Nordeste. Foi ele que fez o gol da vitória sobre o Bahia no primeiro jogo da decisão. Foi ele que, com fortes dores abdominais, parou no hospital poucas horas antes da finalíssima da Copa do Nordeste nesta quarta.
Foi ele que, nesta quarta-feira, no jogo do título, deu o passe para o gol de Charles no primeiro tempo. Foi ele que, no segundo tempo, deu o passe para o gol de Gilvan. Foi ele que, quando a partida estava 0×0 evitou um gol em cima da linha, fundamental, marcante porque sabe que precisa ajudar e muito na marcação. Foi ele que viu vários técnicos passarem pelo Ceará desde 2013 e a cada pedido para mudar de posição, aceitava, sem reclamar, humilde e firme, entendendo sua missão de líder e exemplo.
Foi ele que, sereno, vestiu com honra mais de 140 vezes a camisa do Ceará, cadenciando o jogo, buscando um companheiro melhor colocado, arriscando de fora da área, liderando o time. Foi ele que nas derrotas de 2013 e 2014 levantou o elenco e ficou para ser levantado pela torcida. Foi ele que fez 21 gols porque sabe que um meio-campista nobre não pode se omitir e, além da técnica, tem que colocar disciplina tática e coragem em campo.
Foi ele que nasceu Ricardo Dias Acosta em Rosário do Sul num natalino 25 de dezembro de 1989. Foi ele que jamais imaginou fazer história no Nordeste do Brasil e dar de presente ao Ceará um título inédito. Foi ele que chorou ao fim da partida no Castelão junto com 63399 pagantes.
Foi ele que muito fez mas, agora, no presente, é ele o máximo representante de um dia histórico para o alvinegro, campeão invicto com um elenco maduro e experimentado na dor de derrotas recentes e sofridas e, hoje, compensadas. Um jogador, o melhor da Copa do Nordeste 2015, que qualquer torcida gostaria de ter e, por isso mesmo, independente de quanto tempo ficará no clube, precisa ser valorizado demais pelo torcedor do Ceará. Se hoje a região Nordeste está pintada de preto e branco, o artista com os pés foi Ricardinho.
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