Assaltos em ônibus geram protestos

Cobrando mais segurança, em decorrência dos 48 assaltos registrados em ônibus neste mês de fevereiro, motoristas e cobradores de transportes coletivos estacionaram os veículos das 9h30 às 11h30 de ontem em frente ao prédio do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sintro RN) na altura do viaduto do Baldo. Além do congestionamento formado pelas filas de ônibus parados na subida da Avenida Rio Branco e na descida da Avenida Monsenhor Walfredo Gurgel, a paralisação causou ira nos usuários do sistema de transporte público. A maioria desceu dos ônibus e seguiu a pé para seus destinos finais. 

Magnus NascimentoA paralisação de duas horas provocou congestionamento e revoltou a maioria dos passageiros

Os passageiros reclamavam do modo como a paralisação ocorreu: sem aviso prévio. "Nem o motorista sabia que iria ocorrer o protesto", relatou a aposentada Alzenir Dantas, que se deslocava do Alecrim para a Cidade Alta. De acordo com o presidente do Sintro, Nastagnan Batista, a parada de ontem foi a primeira realizada em 2013. "Nós reivindicamos mais segurança, com blitzen itinerantes e abordagens policiais nas paradas e nos ônibus", ressaltou. Além dos assaltos registrados nos ônibus desde o dia 1º de fevereiro, mais 19 ações criminosas ocorreram contra vans do transporte alternativo. 

Os números do Sintro, porém, divergem dos dados oficiais apresentados pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal (Seturn). A assessoria de imprensa do órgão informou que em janeiro de 2013 ocorreram 41 assaltos e neste mês de fevereiro já foram 46 ocorrências registradas. No ano passado, em janeiro, o número de assaltos foi de 35 e, em fevereiro, nove. Em 2012, 257 ônibus foram alvos de assaltantes.

 Uma das formas de tentar reduzir o número de crimes foi a adoção do "botão do pânico". O equipamento, porém, só foi instalado em 1/3 da frota, que corresponde a aproximadamente 300 ônibus. Os botões foram instalados pelo Seturn e são conectados com o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), que encaminha uma viatura ao ponto no qual o ônibus está parado após acionar o botão. De acordo com o Seturn, os demais 413 ônibus que compõem a frota, receberão o dispositivo até o final deste semestre.

Entretanto, para o Sintro, é preciso que mais policiais sejam colocados nas ruas, principalmente, nas proximidades dos pontos de ônibus. Sobre os motivos pelos quais a paralisação não foi divulgada antecipadamente, ele disse que, se tivesse ocorrido, os donos das empresas não teriam liberados os ônibus das garagens. 

Durante o protesto, muitos usuários desceram dos ônibus enfurecidos e, pelo menos, uma janela foi quebrada. Durante a paralisação, os secretários do Sintro formularam um ofício a ser encaminhado para o secretário estadual de Segurança Pública, Aldair da Rocha. Os rodoviários cobram a abertura do diálogo com o Governo do Estado para ampliar a oferta de policiais nas ruas. "Se não tivermos uma resposta positiva, iremos discutir novas paralisações e recolhimento da frota no início da noite. Não queremos que comece a acontecer em Natal o que está ocorrendo no Sul do país, com ônibus incendiados", destacou o presidente do Sintro. 

Tribuna do Norte