Segundo denúncia, deputado Ricardo Motta teria participação em desvio praticado a partir de convênio. Foto: João Gilberto/ALRN
O deputado estadual Ricardo Motta (PSB) foi denunciado pelo procurador-geral de Justiça, Eudo Rodrigues Leite, por suposto crime de peculato (desvio de dinheiro ou bem público em proveito próprio). A informação só foi divulgada nesta terça-feira (28), mas a denúncia foi apresentada à Justiça na segunda-feira e está sob sigilo.
Além de pedir a condenação, o procurador requereu também que o deputado seja notificado e, desejando, apresente defesa no prazo de 15 dias. Além disso é pedido que, caso seja condenado, o parlamentar tenha seus direitos políticos suspensos pelo mesmo período da pena. O deputado Ricardo Motta é candidato à reeleição e, se eleito, conquistará seu oitavo mandato.
Essa denúncia é resultado da investigação conhecida como Operação Capuleto, que foi deflagrada em maio de 2017. Os promotores apuram desvios de recursos públicos a partir de um convênio firmado entre o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e de Meio Ambiente (Idema) e a Fundação para o Desenvolvimento Sustentável da Terra Potiguar (Fundep).
O nome dessa operação é inspirada no clássico Romeu e Julieta, de William Shakespeare, no qual dois jovens de famílias inimigas se apaixonam e tentam levar à frente esse amor. Capuleto era o sobrenome da família de Julieta. Romeu, por sua vez, era filho único da família Montecchio.
A operação Capuleto é um desdobramento de outra, a Candeeiro, na qual o mesmo deputado já foi denunciado por desvios de R$ 19,3 milhões. O crime teria sido praticado no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014, dentro do Idema.
Além disso, Ricardo Motta, que é ex-presidente da Assembleia Legislativa, também é um dos denunciados na operação Dama de Espadas, resultado de investigação sobre desvios dentro do Poder Legislativo potiguar.
Em junho de 2017, ele chegou a ser afastado do mandato por conta de seu envolvimento na operação Candeeiro. Mas conseguiu retornar em outubro pegando carona na decisão do Senado Federal que devolveu a Aécio Neves (PSDB) o direito de exercer o mandato de senador. Ele havia sido afastado do cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2017, atendendo a pedido de medida cautelar da Procuradoria-geral da República.
Por meio de nota, o advogado do deputado Ricardo Motta, Thiago Cortez, disse que “a defesa somente poderá se pronunciar após ser oficialmente notificada”.
Matéria do Portal de Noticias OP9
Sem comentários:
Enviar um comentário