Por Josias de Souza
Não é preciso muito esforço para notar que a relação incestuosa do governo petista do DF com os mensaleiros do PT converteu a Papuda na casa de uma conhecida senhora. Em ofício endereçado à diretoria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, o Ministério Público lembrou que não é atribuição da Mãe Joana administrar a visitação aos presos no xilindró de Brasília.
Subscrito por seis promotoras de Justiça da Capital, o documento realça que a cadeia tem dias e horários pré-estabelecidos para as visitas: quartas e quintas, de 9h às 15h. Entre familiares e amigos do presidiário, só poderão entrar até quatro visitantes por dia. Devem ser revistados e deixar na portaria equipamentos eletrônicos como o celular.
Nos últimos dias, essas regras foram subvertidas na Papuda. Na quarta, José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares foram visitados por uma caravana de 27 petistas —26 deputados e o governador Agnelo Queiroz (repare na foto). Na quinta, estiveram no xadrez oito senadores e três deputados do PT. Tudo isso sem contar os familiares.
Após realçar que cadeia também tem regras, as promotoras do DF evocaram a Constituição para informar que deve ser observado o princípio da “isonomia”. Quer dizer: Dirceus, Genoinos e Delúbios devem ser tratados como qualquer outro detento. “Sob pena de adoção das medidas cabíveis para apuração das responsabilidades, nos termos da lei”, ameaça o ofício da Promotoria.
Uma das regras que vigoram na Papuda estabelece que “não será permitida a entrada para visitação de pessoas que estejam respondendo inquérito policial ou com condenação na Justiça…” Aplicado ao Congresso, esse filtro pode funcionar como extraordinário redutor.
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