Fábio Rodrigues Pozzebom/ABrZayda Bastos Manatta diz que vendas no varejo motivaram a alta
O pé no freio, porém, não foi suficiente para derrubar o resultado global da arrecadação, que atingiu R$ 92,628 bilhões em abril, um recorde para o mês e um valor 3,49% maior, em termos reais, do que o de igual mês em 2011. Primeiro, porque as empresas médias e pequenas foram na contramão das grandes.
Segundo, e principalmente, porque a massa salarial e as vendas a varejo continuaram fortes e puxaram as receitas para cima. As contribuições previdenciárias, que refletem o mercado de trabalho, explicam 63,04% do crescimento da arrecadação de abril em relação ao mesmo período do ano passado. Os recolhimentos das contribuições para o Programa de Integração Social e para o Financiamento da Seguridade Social (PIS-Cofins), puxados pelo comércio, explicam outros 37,93% do crescimento no mês.
No ano, a arrecadação atingiu R$ 349,477 bilhões, o que representa uma elevação 6,28% sobre igual período em 2011. Na chamada receita administrada, que são os impostos e contribuições diretamente recolhidos pela Receita Federal, o crescimento foi de 5,6%. A tendência, porém, é que o crescimento nesses tributos se reduza nos próximos meses e fique em algo como 4% a 4,5%, mesmo levando em conta os efeitos positivos das medidas de estímulo à economia.
DESEMPENHO
A atividade econômica mais fraca que o esperado já fez com que o governo cortasse em R$ 10 bilhões, de R$ 700 bilhões para R$ 690 bilhões, a previsão de recolhimento das receitas administradas em 2012. O dado foi anunciado na semana passada. Em abril, setores de peso na economia como as montadoras, os bancos, o comércio de automóveis, o setor de combustíveis, as fábricas de alimentos e de máquinas e equipamentos pagaram menos Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) do que no ano passado. No caso das montadoras, a queda foi de 18,63% e nos bancos, de 16,84%.
Zayda explicou que essas grandes empresas recolhem IR e CSLL mensalmente com base em uma estimativa de lucro, e todas se retraíram no mês passado. Os técnicos supõem que esse movimento tenha ocorrido por causa de uma reavaliação sobre o desempenho esperado para o ano.
"Eu só não posso afirmar isso com certeza ainda porque pode ter havido uma super inadimplência ou algum outro fator que desconhecemos", comentou a secretária. A confirmação virá no final deste mês, quando as empresas entregarão a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Com esse documento, ficarão claras as razões da desaceleração.
fonte: tribuna do norte
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