Foto: Nick Bradshaw/Reprodução
Depois de quase um ano de pandemia, você certamente já conversou com alguém que a cada 30 segundos tem de arrumar a máscara de proteção. Ora ela teima em deixar o nariz descoberto, ora vai subindo pelo queixo e destapa a boca, ora os elásticos atrás da orelha estão mais frouxos que roupa surrada.
Com o agravamento da pandemia e a descoberta de variantes mais transmissíveis, as máscaras do início de 2020 são cada vez menos recomendadas. Essas que parecem um cobertor curto demais para cobrir todo o rosto nunca foram bem-vindas, mas são as mais comuns entre as precárias versões caseiras.
Para ajudarmos a nossa proteção e a das pessoas que nos circundam, o blog ouviu especialistas e colheu recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre como escolher os melhores modelos, como cuidar das máscaras, lavá-las, armazená-las, substituí-las e – importante – como saber se, ao optar por um modelo PPF2 ou N-95, são originais ou falsificados.
Lição número 1: máscaras de tecido não são eternas. Se as que você está usando hoje foram compradas e utilizadas desde o início da pandemia, descarte-as. As fibras do tecido de fabricação provavelmente se esgarçaram de tal maneira que a proteção já não é lá essas coisas. A Anvisa recomenda que não se utilize uma máscara de tecido que foi submetida a mais de 30 lavagens porque as fibras do tecido podem ter sido comprometidas a ponto de não conferir mais a barreira física contra o vírus.
Caso elas ainda sejam novas, lave com água e sabão neutro antes de utilizá-las pela primeira vez. E nas lavagens futuras, deixe de molho em uma solução de água com desinfetante (pode ser água sanitária) por pelo menos 20 minutos. Passe com ferro depois de secas e guarde em um saco plástico. Ao escolher um modelo, opte por aqueles com elástico atrás da cabeça, porque tem melhor vedação, e não as que se prendem atrás das orelhas.
Outro importante alerta de especialistas em saúde: máscaras com válvulas não protegem as pessoas ao seu redor e não são recomendadas. Mesmo que você considere que, com elas, “respire melhor”, não use. Elas não resolvem.
Passageiros de primeira viagem e mulheres que não abrem mão de retocar o batom na pandemia, outro aviso um tanto quanto óbvio: face shield não é máscara, não a substitui como acessório de proteção e usado sozinho não serve para nada.
Máscaras cirúrgicas e os modelos PFF2 (com filtragem aproximada de 94% contra partículas de 0,3 mícron de diâmetro) e N-95 (com proteção de 95% contra essas mesmas micropartículas), procuradas a rodo em farmácias e lojas especializadas, já estão sendo indicadas largamente por países europeus em substituição às caseiras de outrora. A PFF2 e a N-95 são equivalentes.
Na Europa atendem pelo nome de FFP2; na China, KN95. A França, por exemplo, proibiu acessórios caseiros, como os de algodão cerzidos pela vizinha costureira. O imunologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, recomenda fortemente o uso de máscaras profissionais acrescidas de uma de tecido por cima. Elas são descartáveis, mas especialistas dizem que, na pandemia, é possível reutilizá-las tomando algumas precauções.
O ideal é ter de cinco a sete máscaras PFF2 ou N-95, uma para cada dia da semana. Depois de utilizá-la, deixe pendurada em um local arejado e longe da exposição do sol.
É possível usar o acessório, revezando-o a cada dia, enquanto ele não estiver sujo e houver integridade dos elásticos. Isso pode dar sobrevida de mais ou menos cinco utilizações por máscara. Importante: só compre as que tiverem o selo do Inmetro. Caso contrário, podem ser falsificadas ou não terem tido sua taxa de filtragem aferida por órgãos de regulação.
Máscaras com tecido antiviral passam a impressão de que são seguras, certo? Mas não são como as PPF2 e N-95 porque o fato de se proporem a inativar o vírus que eventualmente grude no tecido não significa que eles vedem bem as laterais ou que filtrem bem. Lembre-se que o novo coronavírus está no ar por meio de aerossóis, e uma filtragem boa, com três camadas de proteção, por exemplo, é mais do que necessário.
DIÁRIO DA VACINA – Laryssa Borges – Veja
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