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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Mais Médicos não chegaria a um terço das cidades sem profissionais cubanos.

Médicos cubanos
Mais de um terço das quase 4 mil atendidas pelo programa Mais Médicos não teria atendimento médico sem os profissionais da saúde vindos de Cuba Agência BrasilAgência Brasil

Pelo menos 1446 cidades das quase 4 mil atendidas pelo programa Mais Médicos não teria atendimento médico sem os profissionais da saúde vindos de Cuba. Esses municípios, até hoje, só receberam profissionais cubanos, segundo o jornal O Globo.

Por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), o jornal obteve dados do Ministério da Saúde que mostram que as cidades que só receberam médicos de Cuba representam mais de um terço (36,25%) do total de 3989 localidades que fazem parte do programa.

A reportagem de O Globo também aponta que, além de serem os únicos profissionais que atendem pelo programa nas 1446 cidades, os cubanos também são a maioria da força de trabalho em outros 886 municípios brasileiros que fazem parte do programa. 

Atualmente, os médicos cubanos compõem pouco mais da metade dos profissionais em atuação no país pelo programa. São 16.721 médicos no total, dos quais 51% (8,6 mil) vieram de Cuba. Brasileiros são cerca de 5 mil, e outros 3.053 são profissionais formados em outros países (categoria que também inclui brasileiros que se formaram no exterior).

Os dados do ministério também mostram que os médicos cubanos representam mais da metade dos quase 37 mil profissionais que fizeram parte do programa desde 2013. Dos 36.977 médicos recrutados, 19.194, quase 52%, vieram de Cuba. Os médicos brasileiros somam 16.894, ou quase 46% do efetivo do programa. Os demais 889 médicos estrangeiros vieram de outros 58 países.

Ontem (quarta, 14), o Ministério da Saúde Pública de Cuba anunciou em nota oficial seu desligamento do programa Mais Médicos mantido pelo governo brasileiro. A ação foi criada em agosto de 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT) e tem como objetivo ampliar o atendimento nas comunidades mais pobres por meio de parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Na nota, o governo cubano afirma que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), “com referências diretas, depreciativas e ameaçando a presença” dos médicos, “disse e reiterou que vai modificar os termos e condições do programa”.

Bolsonaro questiona a preparação dos profissionais cubanos e condiciona a permanência deles no programa à revalidação do título e como única forma a contratação individual. O acordo entre Brasil e Cuba é mediado pela Opas. A condição do envio dos médicos ao Brasil é que parte da remuneração paga a eles pelo governo brasileiro seja repassada ao governo cubano.

Congresso em Foco 

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