A Arena das Dunas, em Natal, continua sendo a obra mais atrasada para a Copa do Mundo de 2014. No último balanço oficial, divulgado em dezembro do ano passado, 50,64% da construção estava concluída. A 500 dias do Mundial, o consórcio responsável e o Governo do Rio Grande do Norte garantem que não há motivos para preocupação, uma vez que o andamento está dentro do cronograma da Fifa.
Finalizada toda a parte de fundação, a montagem da superestrutura dá a sensação de uma evolução mais rápida para quem passa pela BR 101, em frente ao canteiro de obras. O anel inferior de arquibancadas está praticamente fechado. Faltam interligar apenas os setores Nordeste e Sudeste. Toda a parte de instalações já foi inciada. Por trás de cada setor é possível ver dutos para ar condicionado e instalações elétricas e hidráulicas.
O setor Oeste é o grande foco das atenções do estádio. Nele ficarão os camarotes - 12 no primeiro nível e 28 no segundo -, vestiários, zona mista, cabines e a sala de imprensa, além de toda a parte administrativa do estádio. O nível 2 de arquibancada, que compõe a parte mais alta da construção, está adiantado. A previsão é que até abril se inicie a montagem da cobertura.
A obra, hoje, conta com pouco mais de 1.500 colaboradores, que trabalham em frentes diferenciadas, mas simultaneamente em quatro turnos, 24 horas por dia. Com a liberação do kartódromo de Natal, será aberta uma nova frente de trabalho para dar início à terraplanagem do futuro estacionamento da Arena das Dunas, com capacidade para 2.700 veículos, sendo 557 cobertas, no interior do estádio.
Operários trabalham em quatro turnos para concluir obras em dezembro (Foto: Matheus Magalhães)
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A obra está bem adiantada porque ultrapassamos 50% neste mês. É um número bom, que gera conforto, mas não significa que devemos relaxar. Em dezembro haverá visita da Fifa e queremos surpreendê-los mais uma vez - disse o secretário extraordinário para Assuntos Relativos à Copa do Mundo 2014, Demétrio Torres, ao GLOBOESPORTE.COM.
A Arena das Dunas vai receber quatro jogos durante a Copa do Mundo de 2014. Orçado em R$ 417 milhões, segundo o Ministério dos Esportes e do Tribunal de Contas da União, e com capacidade para 42 mil espectadores, o estádio potiguar deve ficar pronto em dezembro de 2013.

Construção do Aeroporto de São Gonçalo caminha
a passos lentos (Foto: Canindé Soares/Cedida)
Segundo a Infraero, o aeroporto Internacional Augusto Severo passou por uma obra de requalificação e ampliação recentemente e recebeu novas salas de embarque e desembarque, nova área de check-in, espaço multibanco, fraldário e as lojas foram realocadas, com intuito de aumentar o espaço e o conforto para a circulação de pessoas nas áreas comuns. Foram instalados dois novos elevadores e uma escada rolante, além de reparos feitos nos equipamentos já existentes. Com isso, a capacidade do Augusto Severo passou de 4,2 milhões de passageiros para 5,8 milhões por ano.
Já a concessionária Inframérica promete inaugurar o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal, em abril de 2014. O grupo está investindo R$ 405 milhões. Obras na estrada que dá acesso ao empreendimento serão iniciadas depois do carnaval. Com o georreferenciamento em andamento, o próximo passo será o decreto das desapropriações.

Via Costeira concentra principais hotéis de
Natal (Foto: Canindé Soares/Cedida)
Se o término das obras preocupa, o setor hoteleiro, que nunca foi problema, continua avançando. A recomendação da Fifa era que cada cidade-sede dispusesse de 14 mil leitos, mas Natal tem hoje 27.490, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Turismo.
Com o "turismo de sol e mar" forte, o Rio Grande do Norte dispõe da rede hoteleira de suas cidades litorâneas, como Extremoz, Parnamirim, Touros, São Miguel do Gostoso e Tibau do Sul, onde fica a famosa Praia da Pipa. Somados aos hotéis, resorts, pousadas e albergues que ainda estão em construção, o estado tem um número suficiente de meios de hospedagem para receber turistas, como os mais de 2,5 milhões que visitaram o estado em 2012.
Muitos se perguntam como quatro partidas em uma Copa do Mundo podem mudar a realidade de uma cidade-sede. Os especialistas explicam que não se pode pensar apenas nos jogos e, sim, em toda a estrutura que é montada para recebê-los.
- Avançaremos em muitos aspectos: segurança, mobilidade urbana, tecnologia... Mas o maior legado para a cidade é a exposição que teremos para o mundo inteiro. Uma cidade turística como a nossa precisa saber aproveitar isso - declarou o titular da Secopa, Demétrio Torres.
Ainda de acordo com Demétrio, a segurança vai melhorar porque equipamentos de ponta estão chegando à capital potiguar. Serão mais de R$ 80 milhões em investimentos nessa área, sem custos para o estado. Além disso, o executivo estadual garante que a ampliação do porto será concluída a tempo, e até o segundo semestre será lançado o edital de instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A drenagem de Natal é de responsabilidade da prefeitura, mas os recursos, estimados em R$ 150 milhões, provêm do Governo Federal.
Arena das Dunas fica localizada em área central de Natal (Foto: Canindé Soares/Cedida)
A saúde continua a ser um dos maiores problemas do estado. Superlotação, falta de médicos e leitos de UTI, desabastecimento de unidades de saúde e categorias em greve compõem o cenário de um setor que está há seis meses em estado de calamidade pública e sem perspectiva de melhorias.
Algumas obras de mobilidade urbana, como a da Avenida Engenheiro Roberto Freire, principal corredor turístico da cidade, não saíram do papel. Segundo o secretário, por precaução. O governo temeu que os prazos não fossem cumpridos e preferiu não incluí-las na Matriz de Responsabilidade da Copa, para não perder os recursos.
G1/RN