O deputado estadual Hermano Morais (PSB) realizou na tarde da última quinta-feira (21) uma Live em seu Instagram para debater os sucessivos desinvestimentos da Petrobras em nosso Estado. A discussão ocorreu em dois momentos, primeiro com o coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (SINDIPETRORN), Ivis Corsino, e logo depois, com o prefeito do município de Guamaré, Adriano Diógenes.
A Petrobras, empresa estatal de economia mista, explorou o território potiguar por mais de 40 anos. Porém, em julho do ano passado, o presidente deu uma entrevista em que disse não haver interesse da companhia em investir na exploração do Petróleo em terra. O mais preocupante é que a Petrobras representa muito em termos de impostos e empregabilidade.
A redução da atividade da Petrobrás implica, hoje, numa redução entre empregos diretos e indiretos de, aproximadamente, 50 mil pessoas no estado.
Sobre isso, o deputado Hermano se mostrou preocupado e a exemplo de outros momentos em que brigou pela diminuição da alíquota do querosene de aviação, impactando no setor turístico e consequentemente econômico de nosso Estado, vai promover mais um debate envolvendo a Petrobras. “A nossa intenção é que tão logo passe a pandemia, deveremos fazer uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa, provocada junto com membros da Bancada Federal, o Ministro da Integração Regional, Rogério Marinho, e do Governo do Estado para buscarmos esclarecimentos da Petrobras e alternativas para a queda abrupta de interesse e arrecadação”, disse.
Protagonismo de Guamaré
Pelas condições naturais do solo, Guamaré possui matéria prima de gás, sal e calcário, que por um processo químico de hidrólise produz o ploricloreto de vinila (PVC), uma comoditie internacional da qual um Brasil importa 60% do exterior. O aporte natural e privilegiado da região que Guamaré está inserida, coloca o município propenso para instalação de uma Indústria Cloroquímica como alternativa à indústria do petróleo, segundo Adriano Diógenes.
Arrecadação em queda
O prefeito do Adriano Diógenes, falou que a arrecadação por meio dos royalties caiu 60% no município de alguns meses para cá. “Guamaré hoje recebe R$ 400 mil em royalties, mas quando estava operando chegou a receber R$ 5 milhões”, lamentou. O prefeito disse ainda que antes dos desinvestimentos, a empresa chega a produção de 118 mil barris por dia no RN, enquanto atualmente gira em torno de 40 mil barris/dia. Para Ivis Corsino, o fato da Petrobras explorar, refinar, distribuir e produzir energia, jamais poderia o excluir a importância do debate porque a empresa ainda tem como contribuir. “Descobrimos recentemente que ainda temos 80% do petróleo em terra a ser retirado”, comentou.
Pelo menos 45 plataformas de produção de petróleo e gás natural instaladas em estados do Nordeste e Sudeste vão ser desligadas neste mês. O Rio Grande do Norte é o mais atingido, com 24 unidades. Em carta a sindicatos de petroleiros, a Petrobras informou a paralisação das unidades, o que vai significar demissões e remanejamento de pessoal. A atividade de produção e exploração de petróleo e gás existe em 16 municípios, mas 97 cidades recebem recursos da atividade de petróleo. Um dos municípios mais importantes, que produz petróleo em terra e está com a sua refinaria Clara Camarão subutilizada é o município de Guamaré.
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