Por Novo Jornal
Após postar uma imagem que foi interpretada por milhares de pessoas como ameaça a feministas, o corretor de imóveis Jaufran Siqueira Júnior (PMN), 25, deve perder a chance de disputar uma cadeira na Câmara Municipal este ano. A presidência do partido decidiu abrir processo de expulsão contra ele e pedir a cassação de sua candidatura junto ao Tribunal regional Eleitoral (TRE).
Além disso, o candidato foi notificado por e-mail pela Justiça Eleitoral sobre a ilegalidade da postagem. A informação é que o caso será visto hoje por uma juíza eleitoral. caso considerada irregular a propaganda, o (ainda) candidato pelo PMN poderá ser multado em até R$ 10 mil.
A postagem que se tornou polêmica nacional e gerou muitas denúncias à Justiça Eleitoral mostra uma casa queimando ao fundo e uma criança olhando para a câmera. A essa imagem foi acrescida a seguinte declaração: “Olha só o que vai acontecer com as feministas quando Jaufran for eleito vereador”.
Em nota oficializando o processo de expulsão e assinada por Paulo Sérgio Inácio da Silva, presidente municipal da legenda, a postagem foi considerada uma afronta “à luta de emancipação e à dignidade das mulheres em nossa sociedade”. Ainda no documento é informado que além do pedido de expulsão, o processo disciplinar será encaminhado ao TRE visando barrar a candidatura do corretor de imóveis à Cãmara Municipal.
O PMN afirma ainda, no comunicado, que repudia a postura adotada pelo candidato. Além da nota, o partido comunicou o candidato que ele precisa apresentar sua defesa sobre o caso.
Um pouco mais cedo, o candidato a prefeito Kelps Lima, do Solidariedade, também cobrou punição. O PMN faz parte da coligação que apoio o advogdo na disputa pela Prefeitura. “Isso é um absurdo. Esse rapaz não é do meu partido e vou solicitar a PMN que retire a candidatura dele. Ele deve responder legalmente sobre esse fato”, afirmou.
“Piada”
Na visão do candidato, expressa por meio de texto também publicado no Facebook, ele defendeu que Natal é “uma cidade em que as piadas precisam ser explicadas”. No texto, ele afirma ser totalmente contra as feministas. “Sou totalmente contrário ao movimento feminista em virtude desse movimento não defender os valores da mulher, mas sim transformá-la em um mero objeto de ação social cujo a finalidade não é a ascensão da mulher na sociedade, mas só e somente só a destruição de uma cultura que foi construída ao longo dos últimos 2000 anos no mundo ocidental”, argumenta.
O candidato justifica o posicionamento alegando – por meio de citações do livro “A Dialética do Sexo”, de Shulamith Firestone, que sua posição contrária às feministas decorre do fato de que o movimento é “a favor da pedofilia e a favor da destruição da família”. “Minha oposição ao feminismo tem como base isso dentre outras coisas”, justifica.
Ele nega ainda ter incitado a violência contra feministas e afirma que as acusações de “discurso de ódio e de incentivo a violência e ao assassinato de mulheres” (…) não passam de tentativas de manchar a minha imagem e colar em mim um selo que jamais terá aderência”. “Minha vida tem sido pautada no respeito mútuo e na proteção das pessoas que comigo estão. Sejam amigas, primas, afilhadas, namoradas ou qualquer outro tipo de relação parental ou amorosa”, afirma.
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