Euripedes Dias

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Entrevista com mulher de Cachoeira mostra um pouco da relação de Demóstenes com bicheiro


A empresária Andressa Alves de Mendonça, de 30 anos, foi pivô de um conflito entre dois amigos: o empresário Wilder Pedro de Morais, primeiro suplente do senador Demóstenes Torres, e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso há mais de um mês no presídio federal de segurança máxima de Mossoró (RN). Andressa foi casada com Wilder por seis anos. Há oito meses, é a mulher de Cachoeira. Em entrevista ao Correio, ela diz que o marido está sabendo de toda a crise política envolvendo Demóstenes e outros parlamentares e que ele não quer “causar mais constrangimento”.
Amanhã é dia de Andressa visitar Cachoeira no presídio de segurança máxima. “A gente conversa sobre o quanto esse país ainda está mentalmente atrasado, o quanto o país é hipócrita”, afirma a mulher do bicheiro, que comemora a transferência de Lenine Araújo de Souza e José Olímpio de Queiroga Neto – presos na Operação Monte Carlo – do presídio de Mossoró para penitenciárias no DF. A decisão foi do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, o mesmo que analisa os pedidos de habeas corpus para Cachoeira. A seguir, trechos da entrevista:
Com que frequência você visita Cachoeira no presídio em Mossoró (RN)?
Tenho ido toda semana, às quintas-feiras. Dou apoio psicológico. Carlinhos está sabendo de tudo (sobre a crise política desencadeada pela operação da PF), está chateado e não quer causar mais constrangimento. A gente acredita que ele está para sair. Acreditamos muito nos novos advogados dele, no doutor Márcio (Thomaz Bastos), que vai impetrar um novo habeas corpus em breve. No presídio federal, o Carlinhos tem bons cuidados, tirando as limitações. Ele vai sair logo, logo.
O que seu marido diz durante as visitas?
Ele ajuda os advogados a bolar a própria defesa. Fala muito sobre a defesa. Comigo, ele conversa muito sobre a empresa que explorou jogos legalmente. A gente conversa sobre o quanto esse país ainda está mentalmente atrasado, o quanto o país é hipócrita.

O senador Demóstenes Torres expôs uma particularidade da sua vida, o fim do casamento com Wilder e o início da relação com Cachoeira, para tentar se livrar das evidências de proximidade com o seu marido. Como reagiu a essas declarações do senador?
Eu tenho uma relação muito próxima com o Demóstenes e com a mulher dele, a Flávia. Ele achou por bem dizer que as ligações a Carlinhos eram por minha causa. Foi uma pessoa que nos ajudou muito. Intercedeu muito por mim, pelo Wilder, para não acontecer um desgaste maior, já que o Wilder é um empresário de importância em Goiás.

Nesse período em que está com Cachoeira, como percebe a relação dele com Demóstenes?
Nunca vi se encontrarem. Eu ia às vezes na casa deles, para visitar a Flávia. O Carlinhos não ia comigo.
Não te incomoda, de alguma forma, todas as acusações que pesam contra seu marido?
Nem um pouco. Acredito nele, na verdade dele, sei quem ele é. Acredito que ele pode ter feito alguma coisa de contravenção, mas não acredito que ele tenha feito coisas erradas.
Fonte: Correio Brasiliense

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