O número de municípios que decretaram situação de emergência por conta da estiagem que atinge o Nordeste não para de crescer e já é o maior dos últimos cinco anos, segundo levantamento realizado pelo UOLnesta sexta-feira (13). Pelo menos 458 municípios estão com decretos em vigor, sendo que metade deles já tiveram reconhecimento federal. Mais de 140 decretos foram publicados esta semana. Cerca de 4 milhões de pessoas já estão em áreas atingidas.
De acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, 222 decretos de emergência já haviam sido reconhecidos pelo órgão federal. Fora esses, mais de 200 municípios que também decretaram a situação terão a documentação analisada e poderão ser reconhecidos ou não. Ao todo, houve um aumento de 469% em relação ao número de cidades com decretos reconhecidos pelo governo federal, em comparação ao ano passado.
Em 2011, por exemplo, até o dia 5 de abril, o número de municípios com decretos reconhecidos era de apenas 39. Em 2010 --quando o país teve recorde de municípios em situação de emergência-- foram 134 municípios homologados por seca ou estiagem no Nordeste. Segundo o meteorologista e professor da Universidade Federal de Alagoas, Humberto Barbosa, existe uma transição do La Niña (responsável por mais chuvas no sertão) para El Niño, o que explica a maior estiagem neste período de 2012. O professor explicou também que outra parte do problema está nas mudanças climáticas que ocorrem nos oceanos.
"A bacia do Atlântico Sul está neutra, ou seja, mais fria do que a bacia do Atlântico Norte. Em resumo: tem menos umidade na atmosfera do sertão nordestino. E para piorar o Oceano Pacífico está trocando do La Niña pra El Niño, o que também não ajuda o semiárido nordestino. As secas prolongadas no sertão nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico. Esse aquecimento é o chamado El Niño. Nos anos em que esse fenômeno ocorre, o sertão sofre com a intensa seca”, explicou.
Segundo Barbosa, ao contrário do que muitos pensam, a falta de chuvas não atinge toda região Nordeste. “Ela se concentra numa área conhecida como polígono das secas. No sertão e no agreste, o tipo de vegetação que se apresenta é a caatinga, o clima predominante é o semiárido. As áreas em vermelho no mapa representam as áreas de secas sobre esse polígono”, disse Barbosa.
No Rio Grande do Norte, o governo do Estado decretou, nesta quinta-feira (12), situação de emergência em 139 municípios. O governo informou que os decretos foram publicados após a conclusão de um parecer técnico detalhando a situação agroclimática do Estado, apresentado no último dia 5. Segundo a Emparn (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte), as chuvas entre janeiro e março foram consideradas irregulares e de baixo volume. A estimativa é que 500 mil pessoas sejam afetadas.
De acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, 222 decretos de emergência já haviam sido reconhecidos pelo órgão federal. Fora esses, mais de 200 municípios que também decretaram a situação terão a documentação analisada e poderão ser reconhecidos ou não. Ao todo, houve um aumento de 469% em relação ao número de cidades com decretos reconhecidos pelo governo federal, em comparação ao ano passado.
Em 2011, por exemplo, até o dia 5 de abril, o número de municípios com decretos reconhecidos era de apenas 39. Em 2010 --quando o país teve recorde de municípios em situação de emergência-- foram 134 municípios homologados por seca ou estiagem no Nordeste. Segundo o meteorologista e professor da Universidade Federal de Alagoas, Humberto Barbosa, existe uma transição do La Niña (responsável por mais chuvas no sertão) para El Niño, o que explica a maior estiagem neste período de 2012. O professor explicou também que outra parte do problema está nas mudanças climáticas que ocorrem nos oceanos.
"A bacia do Atlântico Sul está neutra, ou seja, mais fria do que a bacia do Atlântico Norte. Em resumo: tem menos umidade na atmosfera do sertão nordestino. E para piorar o Oceano Pacífico está trocando do La Niña pra El Niño, o que também não ajuda o semiárido nordestino. As secas prolongadas no sertão nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico. Esse aquecimento é o chamado El Niño. Nos anos em que esse fenômeno ocorre, o sertão sofre com a intensa seca”, explicou.
Segundo Barbosa, ao contrário do que muitos pensam, a falta de chuvas não atinge toda região Nordeste. “Ela se concentra numa área conhecida como polígono das secas. No sertão e no agreste, o tipo de vegetação que se apresenta é a caatinga, o clima predominante é o semiárido. As áreas em vermelho no mapa representam as áreas de secas sobre esse polígono”, disse Barbosa.
No Rio Grande do Norte, o governo do Estado decretou, nesta quinta-feira (12), situação de emergência em 139 municípios. O governo informou que os decretos foram publicados após a conclusão de um parecer técnico detalhando a situação agroclimática do Estado, apresentado no último dia 5. Segundo a Emparn (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte), as chuvas entre janeiro e março foram consideradas irregulares e de baixo volume. A estimativa é que 500 mil pessoas sejam afetadas.
Chagas Mascena - Fonte: UOL em 15/04/2012
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