Após um crescimento comedido no ano passado, o comércio vivia um momento de incertezas relacionado aos fatores externos da crise internacional. Com o pacote de redução de juros anunciado pelos bancos públicos, o superintendente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL Natal), Adelmo Freire, aguardaum estímulo violento ao consumo. "A influência externa estava pesando, mas agora o governo propõe que a questão seja resolvida de maneira interna", afirma. Livres de taxas altas e do risco iminente de endividamento, Freire conta que os índices leves também trazem de volta ao consumo aqueles clientes longe das compras por terem dívidas antigas a quitar.
Aguardando a retomada mais incisiva das vendas para o segundo semestre, o superintendente da CDL Natal acredita que será possível antecipar bons resultados na primeira metade de 2012. Junto às reduções nas taxas de juros, Freire lembra também da prorrogação das alíquotas reduzidas no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). A redução do IPI está em vigor desde 1º de dezembro de 2011, e o prazo foi prorrogado do fim de março para o dia 30 de junho. Os eletrodomésticos da chamada "linha branca", como máquinas de lavar, refrigeradores, e fogões continuarão mais baratos, e o desconto também foi aplicado a móveis, laminarias de revestimentos, entre outros produtos.
Micro e pequenas empresas também ganham
Se por um lado a capacidade de compra aumenta, as empresas ganham a chance de investir mais, o que vale especialmente para os microempresários, muitas vezes prejudicados pela falta de capital de giro. "A redução das taxas é uma medida muito bem vinda e que torna as micro e pequenas empresas mais competitivas", reforça o superintendente do Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN), José Ferreira de Melo Neto. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, espera no mínimo triplicar o volume de crédito contratado na categoria dos micro e pequenos negócios.
De acordo com o superintendente da Caixa Econômica Federal, Roberto Linhares, a ideia é emprestar pelo menos R$ 300 milhões a micro e pequenas empresas. "Esperamos que seja ainda maior. O grande objetivo é fazer da Caixa o primeiro banco de relacionamento", acrescenta. O superintendente afirma que os efeitos do corte nos juros já podem ser sentidos na prática pelo banco, com aumento considerável do movimento tanto de pessoas físicas quanto jurídicas em busca de negociação de dívidas e linhas de financiamento.
Apesar da maior disponibilidade de capital com taxas de juros reduzidas, o superintendente do Sebrae/RN, ressalta que as medidas do Banco do Brasil e Caixa Econômica devem ser acompanhadas pela facilitação do acesso ao crédito, uma das grandes dificuldades dos empreendedores. "Hoje as empresas recém constituídas têm mais dificuldade. É algo até natural, pois os bancos são mais cautelosos", reforça.
O gerente de Orientação Empresarial do Sebrae/RN, Edwin Aldrin da Silva reforça que os microempresários também devem estar atentos à gestão apropriada dos recursos, sem eventuais aplicações que não estão relacionadas ao negócio. "É preciso evitar a sangria do caixa. Se não houver uma gestão redonda, o empreendedor pode acessar o crédito e ter um descontrole financeiro", conclui. Aldrin lembra que o Sebrae/RN ajuda as micro e pequenas empresas exatamente com orientação para que a verba não seja utilizada de maneira incorreta.
fonte:
Felipe Gibson, especial para o Diário de Natal
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