Um funcionário da empresa de telecomunicações Net teria usado as informações cadastrais de uma cliente para assediá-la pelo WhatsApp. A jornalista Ana Prado, 26, fez a denúncia em sua página no Facebook na noite desta terça-feira (26).
Segundo a jovem, o funcionário –que não teve o nome divulgado– teria ligado para ela na parte da manhã para oferecer um pacote promocional da empresa. Não interessada na oferta, a paulista disse ter agradecido e desligado o telefone.
Na sequência, Ana Prado foi surpreendida com uma mensagem do mesmo rapaz pelo WhatsApp. “Como ele disse que tinha falado comigo mais cedo e ele era a única pessoa com quem tive contato, fora dos meus colegas de trabalho, acabei identificando-o. Sem contar no prefixo que era o mesmo do da ligação da Net”, contou Ana, que disse ter ficado chocada, principalmente, pelo deboche do rapaz.
Ele confirmou ter acesso a todas as informações dos clientes, se recusou a deletar o número da paulista e ainda a desafiou a processá-lo. “Pela conversa, ficou evidente que isso parece ser bastante recorrente e não poderia deixar isso para lá”, contou a jornalista, que acabou recorrendo ao Facebook para tornar público o caso e cobrar um maior cuidado das empresas com as informações pessoais de seus clientes.
“É bem assustador, até porque eles sabem onde moramos”, afirmou ela, que percebeu que a prática não é tão incomum. Em um dos comentários do post, uma garota conta ter recebido assédio similar após ter recebido um funcionário da Net em casa para reparos técnicos.
A publicação –com prints da conversa no WhatsApp– foi curtida por mais de 1.650 pessoas e compartilhada mais de 590 vezes. A Net se pronunciou também pelas redes sociais, pediu desculpas pelo ocorrido e afirmou estar tomando as devidas providências.
De acordo com Ana, uma gerente de relacionamento da empresa entrou em contato para dizer que o rapaz já teria sido “identificado” e que estavam investigando a relação dele com a Net.
Em nota, A NET garantiu que irá “tomar todas as medidas cabíveis para apurar, identificar e afastar sumariamente qualquer colaborador ou prestador de serviço que faça uso indevido de informações pessoais, confidenciais e sigilosas de clientes”.
A empresa disse ainda que seus colaboradores envolvidos em atividades de atendimento ao cliente têm acesso aos dados “estritamente necessários para executar suas funções, sempre de forma individualizada e rastreável”.
A jornalista se disse satisfeita com o resultado de sua denúncia e afirma não pretender processar a Net nem o funcionário.
“O meu objetivo era alertar as empresas da falta de preparo dos funcionários para lidar com informações tão valiosas”, disse ela.
UOL
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