Foto: Mauro Pimentel/VEJA
Com um enredo em homenagem a uma sangrenta ditadura africana, a Beija-Flor venceu o Carnaval deste ano no Rio de Janeiro. Foi o 13º título da agremiação de Nilópolis, uma das mais tradicionais do estado, que amargava um jejum de quatro anos sem vitória. A escola terminou com 239,9 pontos, três décimos à frente do Salgueiro (239,6).
O título neste ano foi conquista com o apoio do ditador de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que está há 35 anos no poder e é acusado pela ONG Anistia Internacional de violação de direitos humanos. Mbasogo é apontado como financiador do samba-enredo da escola azul e branco, batizado Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade. Segundo reportagem do jornal O Globo, Mbasogo captou 10 milhões de reais para a Beija-Flor.
Uma comitiva de 40 autoridades do país africano esteve na Marquês de Sapucaí para a segunda noite de desfiles – e não economizou no luxo. Liderado pelo filho de Mbasogo, o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodorín Obiang, o grupo reservou os dois últimos andares do Copacabana Palace, o mais caro do Rio de Janeiro. Mbasogo também acompanhou o desfile.
A temática africana é recorrente na história de vitórias da Beija-Flor, que levou o título em 2007 com o samba-enredo Áfricas: do Berço Real à Corte Brasiliana. Em 1983 e em 1978, sob a batuta do carnavalesco Joãosinho Trinta, a escola venceu com os enredso A Grande Constelação das Estrelas Negras e A Criação do Mundo na Tradição Nagô, respectivamente.
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