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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Lula dita defesa do PT: somos iguais aos outros.


Por Josias de Souza
Vinte e quatro horas depois de declarar-se pronto para a “guerra”, Lula desembarcou em Brasília para armar a retórica do PT. Durante jantar com a bancada de senadores do seu partido, ele escorou a defesa da tropa em dois pilares — um político e outro econômico.
No front político, contou o líder petista Humberto Costa, Lula cobrou dos correligionários energia para refutar as acusações de que recebeu verbas sujas da Petrobras por baixo da mesa. Vale a pena ouvir o porta-voz do encontro:
“Eles querem criminalizar as doações legais [feitas ao PT por fornecedores da Petrobras]. Mas por que as [doações] que eles recebem de empresas que estão envolvidas no trensalão de São Paulo e contribuíram para a campanha deles não têm nada a ver com propina e com o que aconteceu no passado e acontece no presente e no nosso caso as doações que recebemos são fruto de propinas? No nosso caso é roubo, no deles é compromisso ideológico das empreiteiras?”
Humberto Costa prosseguiu: “É preciso mostrar que o partido tem as suas contribuições de campanha, o seu financiamento exatamente igual aos demais partidos que aí estão. Essa tentativa de transformar a contribuição em propina tem objetivo claro de desacreditar o PT. E ele [Lula] estimulou a gente bastante a travar esse debate.”
Quer dizer: Lula repete no petrolão o lero-lero do mensalão. Alega que o PT não faz senão o que os outros sempre fizeram. Nessa versão, as empreiteiras da Petrobras estão para o PT assim como os fabricantes de trens e metrôs estiveram para o PSDB de São Paulo. A diferença é que, em 2005, Lula falava de caixa dois. Agora, fala de propinas convertidas em doações legais de campanha. A justificativa anterior terminou em cadeia. A atual vai no mesmo rumo.
E quanto ao ajuste fiscal? Segundo Humberto Costa, Lula deseja que sua infantaria concentre-se nos objetivos do aperto. “O que ele quis dizer é que, independentemente do conteúdo dessas medidas, elas precisam ter um objetivo. Falta dizer porque isso está sendo feito. É para conquistar que condição? Ele está correto e nós todos temos falhado um pouco nisso de mostrar que isso não é uma coisa isolada, ela tem um objetivo maior.” Nesse ponto a coisa será simples. Basta que os petistas expliquem que Dilma arrocha corrigir a “caca” que ela mesma produziu no seu primeiro reinado.

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