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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

FOTOS: Terror de prisões do Brasil é alvo de críticas no resto do mundo.

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Existe um lugar de completo terror associado à imagem do Brasil no resto do mundo: suas prisões.
Se por décadas o cinema americano divulgou estereótipos assustadores de presídios e campos de trabalhos forçados “soviéticos”, ou cenas temerosas ligadas à Ásia e ao Oriente Médio (como no filme “Expresso da Meia Noite”, mostrando a Turquia), nos últimos anos é o Brasil que tem se destacado negativamente na imprensa internacional como um dos piores lugares do mundo para prisioneiros do Estado.  Enquanto o Brasil se mobiliza contra a pena de morte a brasileiros na Indonésia e o mundo inteiro se choca com a exposições de prisioneiro do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), a imagem do Brasil também está sendo regularmente manchada por conta da violência dos presídios do país.
prisao2É comum ouvir um discurso simplista de que não há “pessoas de bem” dentro das prisões, alegando que a brutalidade do local e o castigo são merecidos para criminosos. Entretanto, o respeito aos direitos humanos é parte fundamental do funcionamento de um país realmente democrático. Dentro de uma democracia que tem relações com o resto do mundo, garantir os direitos humanos para todos os cidadãos, inclusive criminosos, é uma exigência importante. “A forma como uma sociedade cuida de sua população prisional é um bom índice dos seus valores e da sua civilidade. Uma inspeção cotidiana do sistema penal do Brasil revela uma cultura que beira o sadismo”, diz uma reportagem do jornal “Los Angeles Times”, de 2014.
Reportagens publicadas em alguns dos principais veículos de comunicação do mundo mostram o terror das prisões brasileiras. “Bem-vindo à Idade Média”, dizia o título da revista “The Economist” em janeiro do ano passado, descrevendo os presídios brasileiros como lugares infernais (leia o texto, em inglês). “A punição ainda é vista pela sociedade brasileira como uma forma de vingança”, explicava o site da rede Al Jazeera sobre a barbaridade dessas prisões em dezembro do ano passado.
prisao3Além de notícias em veículos sérios, o Brasil aparece com destaque negativo em sites bem populares especializados em listas. Quando se busca por “prisões mais perigosas do mundo” em inglês no Google há vários rankings que colocam o país na ponta. O site Criminal Justice, por exemplo, diz que o Carandiru, fechado na década passada, é a “prisão mais violenta e mortal do mundo”, em primeiro lugar na lista (veja a lista, em inglês). O Carandiru também aparece no topo das “dez prisões mais mortais” do site Top Tenz, que ressalta que o presídio foi fechado em 2002, mas alega que ainda assim ela continua como sendo um símbolo do sofrimento de presos no mundo inteiro (veja a lista completa, em inglês). Já o site List 25 diz que o Carandiru é a segunda “prisão mais brutal do mundo”, perdendo para o Campo 22, da Coreia do Norte
prisao5Em meio a dezenas de protestos, o sistema prisional brasileiro acabou virando também piada internacional nas últimas semanas, em críticas não apenas sobre a brutalidade das prisões, mas à competência das autoridades no assunto.
Uma das histórias mais populares no jornalismo internacional neste começo de ano fala sobre o caso da fuga quase cinematográfica de presos brasileiros usando a ajuda de mulheres, que “seduziram” e distraíram os guardas enquanto os criminosos saíam da cadeia.
Reportagens sobre o caso foram publicadas mais de uma centena de vezes, dos EUA à China, passando por Rússia, França, Japão em quase todos os idiomas. Boa parte das publicações usaram o caso para fazer piada com o Brasil, falando em “festa”, “sexo” e “orgias” na prisão (veja reportagem da rede CNN sobre o caso).
A crítica internacional e a imagem negativa associada às prisões brasileiras mancham a forma como o país é visto no resto do mundo e fazem com que questões de direitos humanos como estas deixem de ser apenas do interesse de grupos ligados à sua defesa. Garantir a integridade de prisioneiros do Estado é algo que é regularmente cobrado de países que querem ter relevâcia no cenário internacional – inclusive países que querem opinar a respeito como presos são tratados em outras localidades, como a Indonésia.
Terra

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