Os telespectadores incomodados com a frequência de personagens gays nas novelas da Globo serão desafiados a praticar a tolerância.
Babilônia, que sucede Império a partir de 23 de março, terá dois casais homossexuais com potencial de roubar a cena e provocar polêmica.
As personagens de Fernanda Montenegro e Nathália Timberg — Tereza e Estela — já ganharam amplo destaque na mídia nos últimos meses.
Na trama, as duas vivem juntas há muitos anos e criam Rafael (Chay Suede), neto de Estela, como se fosse filho de ambas.
O script prevê vários beijos na boca, mas discretos. De acordo com o diretor Dennis Carvalho, a intenção não é chocar o público nem levantar a bandeira do arco-íris.
Será a primeira vez, em 50 anos de teledramaturgia da Globo, que um casal de lésbicas da terceira idade será retratado de maneira tão explícita no vídeo.
Fernanda e Nathália, ambas com 85 anos, são vistas atualmente na reprise de O Dono do Mundo (1991), no canal Viva. Elas vivem as inimigas Olga (uma cafetina de luxo) e Constância (uma socialite decadente).
Outro casal gay de Babilônia que começa a gerar manchetes antes mesmo da estreia do folhetim é formado por Carlos Alberto e Ivan.
O galã Marcos Pasquim foi escalado para viver Carlos. Conhecido por interpretar mulherengos descamisados, o ator agora será um homossexual enrustido, que faz de tudo para esconder sua intimidade.
O namorado dele, Ivan, papel de Marcello Melo Jr. (também identificado até aqui com personagens héteros), não esconde de ninguém ser gay.
Entre os dois haverá esse conflito entre se expor publicamente ou manter a sexualidade (e o relacionamento) no armário.
Carlos terá que lidar com uma questão a mais: o filho homofóbico, Fred (Filipe Monteiro). Entre as vítimas dos ataques de intolerância do rapaz está Rafael, criado por Tereza e Estela.
Esse núcleo de Babilônia lembra o embate familiar vivido em Império pelo bissexual Claudio (José Mayer) e seu filho antigay Enrico (Joaquim Lopez), que se revolta após descobrir a relação do pai com o jovem Leonardo (Klebber Toledo).
Tereza, Estela, Carlos e Ivan não serão os únicos gays de Babilônia. Os autores Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga criaram outros personagens homossexuais que serão revelados aos poucos.
A última trama de Braga na faixa das 21h, Insensato Coração, de 2011, teve um recorde de seis personagens gays.
Terra
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