Vivendo há anos uma crise hídrica de graves efeitos para a população de diversas regiões, o Rio Grande do Norte se deu ao luxo de não utilizar recursos da ordem de 35,9 milhões de dólares (mais de 97,4 milhões de reais a preços de hoje) destinados a projetos de manutenção e recuperação de 19 barragens. O dinheiro é financiado pelo Banco Mundial
A revelação de tamanha incompetência está publicada na edição desta terça-feira, 3, do Novo Jornal. O coordenador do Programa de Desenvolvimento Sustentável e Convivência com o Semiárido Potiguar (PSP), Carlos Nobre, admitiu que 10 milhões de dólares (27 milhões de reais) não mais poderão ser utilizados. Motivos: a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que gerencia o programa, teve problemas com a empresa vencedora de uma licitação e os projetos executivos só foram concluídos em agosto de 2014.
Os quase 100 milhões de reais estiveram disponíveis ao longo de sete anos(Governo Wilma e Rosalba) e o plano será atualizada a cada cinco anos. E o Rio Grande do Norte não conseguiu. Inacreditável.
E o mais inacreditável: Carlos Nobre também informa que o Rio Grande do Norte, que tem 90 por cento do seu território na região do semiárido, não tem um sistema permanente de manutenção e prevenção contra desgaste nas 19 barragens.
Ou seja: havia dinheiro disponível, financiado pelo Banco Mundial, para um programa permanente de manutenção, mas algo só é feito quando aparece um problema. Sem esse programa de prevenção de desgastes, o próprio Carlos Nobre admite que as barragens ficam vulneráveis.
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