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sábado, 7 de setembro de 2013

Prefeito compra 298 caixões para doar onde menos de 100 morrem ao ano

imagem ilustrativa tirada da internet do noticias.r7.com 


Em uma medida à Odorico Paraguaçu, o prefeito da fictícia Sucupira cuja principal meta de governo era conseguir inaugurar o cemitério municipal na novela “O Bem-Amado”, de Dias Gomes, o administrador de uma cidade do Acre encomendou 298 caixões para doação -metade deles para crianças.
A ação virou motivo de piada entre os moradores de Feijó: por ano, morrem menos de cem pessoas na cidade, que tem cerca de 32 mil habitantes e fica a 400 km da capital do Estado, Rio Branco.
“Esse benefício eu tenho certeza que ninguém vai querer ganhar estando vivo”, comenta o ambulante Raimundo Pessoa Balbino, 56, enquanto faz o sinal da cruz.
O levantamento do número de óbitos foi realizado no cartório municipal pelo Sindicato dos Moveleiros, que contesta a licitação na justiça.
“Teria que acontecer aqui uma daquelas pragas do Egito para dar conta desses caixões”, afirma Antônio Messias, do sindicato.
Faz sentido. Para que nenhuma urna mortuária fique “sobrando”, o número de mortes em Feijó precisa triplicar. Em média, segundo a pesquisa do sindicato, há
MORTE CONFIRMADA
De acordo com o prefeito Merla Albuquerque (PT), os caixões deverão ser distribuídos até agosto de 2014 para famílias de baixa renda, por meio de um programa de auxílio social.
“Fizemos a compra com base em dados da administração passada”, justifica.
O valor da licitação, de R$ 86 mil, também é polêmico.
Segundo Albuquerque, a administração municipal vai pagar as empresas vencedoras do certame por unidade, e somente depois que cada morte for confirmada.
“Dão a entender que a gente comprou todos os caixões, mas não é isso. A prefeitura só vai pagar os que forem entregues”, diz o prefeito.
O sindicato contesta o preço da unidade. A entidade alega que um caixão infantil é comercializado por R$ 160, mas a prefeitura desembolsará R$ 250 por cada um.
“A questão do preço é indiferente. Quem se achar prejudicado que recorra à Justiça”, respondeu.
Folha de S.Paulo

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