
- Quando esses parlamentares vão de um partido existente a outro existente já antigamente, como numa escala em um novo, na verdade isso é uma forma de superar o obstáculo da fidelidade partidária. Por isso nós estamos entrando com mais de uma dezena de demandas para a cassação dos mandatos – afirmou o procurador-geral.
Janot fez a declaração depois de participar de um encontro com chefes das procuradorias regionais eleitorais. O procurador comparou a troca por mais de um partido a um voo com escala. A escala seria só um desvio momentâneo para se chegar ao verdadeiro destino.
- Quando eu pego um voo daqui (Brasília) para Fortaleza e faço uma escala em Salvador, meu voo continua sendo Brasília-Fortaleza, o que eu fiz foi uma simples escala em Salvador – afirmou.
Na abertura do encontro, Janot afirmou que o combate ao financiamento ilegal de campanhas eleitorais está entre as prioridades do Ministério Público Eleitoral nas eleições de 2014. Segundo ele, a movimentação irregular de dinheiro durante as campanhas eleitorais tem sido a origem de grande quantidade de casos de corrupção na administração pública.
- Essa irrigação ilegal de campanhas é uma fonte inexorável na estrada da corrupção. Aquele que se elege com financiamento espúrio deve prestar contas a esse financiador. Isso é fonte de uma diversidade enorme de delitos – disse Janot.
O procurador-geral fez a declaração na abertura de um encontro com os chefes das procuradorias regionais eleitorais. Num rápido discurso, o procurador apresentou as maiores preocupações que deverão nortear a atuação do Ministério Público na fiscalização das próximas eleições. No topo das prioridades, está o combate à corrupção.
- O dinheiro que vai para a corrupção é aquele dinheiro que falta à educação, saúde, a infraestrutura. É o que falta a a sociedade brasileira – disse.
Janot alertou ainda que os procuradores devem estar atentos à campanhas eleitorais, ao abuso do poder econômico e a compra de votos, situações que podem desequilibrar a concorrência entre os candidatos. O procurador-geral também defendeu a atenção dos colegas em relação às restrições estabelecidas pela lei do Ficha Limpa.
- Temos que consolidar a lei da Ficha Limpa. É uma conquista da cidadania – afirmou o procurador-geral.
Campanha antecipada
O vice-procurador-eleitoral, Eugênio Aragão, afirmou que todos os candidatos já estão em campanha. Para ele, é importante coibir os abusos, mas sem impedir o debate político, que ele considera saudável.
- Eu acredito que não podemos ser hipócritas. Sabemos que todos os candidatos estão falando e fazendo campanha.Coibir esse tipo de prática em campanha tem que ser dentro de um limite que não sufoque o debate – disse.
O vice-procurador reafirmou também que os procuradores devem evitar o estrelismo no processo de fiscalização.
- Nós não somos os atores mais importantes. Os atores mais importantes são os candidatos e os eleitores.
O Globo
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