A polícia prendeu nesta segunda-feira, 4, a bacharel em Direito Elize Matsunaga, acusada pela morte do marido, Marcos Kitano Matsunaga, de 42 anos, diretor executivo da Yoki, uma das principais empresas de alimentos do País. Desaparecido desde o dia 20, ele foi esquartejado e teve as partes do corpo espalhadas pela região de Cotia, na Grande São Paulo.
A Justiça decretou nesta segunda a prisão temporária de Elize, válida por cinco dias. Entre as suspeitas contra ela estão imagens de vídeo que mostram Marcos entrando em um edifício – em local ainda não confirmado pela polícia – e ela entrando na sequência. Depois, as gravações mostram Elize saindo do local com sacos nas mãos. E ele não foi mais visto. A motivação do crime, no entanto, não foi confirmada. Policiais também disseram que Elize tinha conhecimentos de Enfermagem.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) passou a tarde no apartamento onde o casal morava com uma filha, na Lapa, zona oeste, e fez testes com luminol – produto que identifica manchas de sangue invisíveis a olho nu. A prisão foi pedida após esse teste, mas a polícia não divulgou o resultado do exame.
Marcos é neto do fundador da Yoki, Yoshizo Kitano. A empresa esteve envolvida em um conturbado processo de venda que terminou na sua semana passada com sua aquisição, por R$ 1,95 bilhão, pelo grupo americano General Mills, um dos maiores conglomerados de produtos de gêneros alimentícios do mundo – enquanto Marcos ainda estava desaparecido.
Segundo Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e advogado contratado pelos pais de Marcos, o executivo foi visto pela última vez após sair, a pé, do apartamento dele. Ao perceber seu desaparecimento, os parentes registraram queixa na polícia. Em nenhum momento, foi pedido resgate.
O advogado não confirmou a informação de um site ligado a policiais civis de que Marcos andava com seguranças particulares – policiais militares de folga – e havia suspeita de ligação deles com o crime.
Sacos plásticos. As investigações da polícia mostraram que partes do corpo do empresário foram congeladas antes de o assassino se desfazer delas, paulatinamente. “Encontraram em dias diferentes a mão e o braço, depois pernas e, por último, tronco e cabeça”, disse D’Urso. Elas estavam em sacos plásticos. A polícia disse que o apartamento do casal tinha mais de um freezer.
O advogado afirma também que os dois casos – o desaparecimento e o encontro de restos mortais – vinham sendo investigados em delegacias diferentes. Segundo D’Urso, quando a cabeça foi encontrada e a polícia percebeu que a vítima era oriental, a investigação foi centralizada no DHPP. Testes no Instituto Médico-Legal (IML) confirmaram a identidade.
Até o fim da noite de desta segunda, Elize permanecia com policiais civis no apartamento do casal e seguiria depois para o DHPP.
O advogado D’Urso afirmou que ela tinha um advogado próprio, mas não soube informar quem era. A reportagem não conseguiu contato com ninguém que pudesse apresentar a defesa de Elize.
Fonte: Estadão
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