Seguindo os passos do Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal anunciou, nesta semana, uma nova redução de juros para quem deseja financiar um imóvel. As taxas caem de 9% para 8,85% ao ano para todos os clientes. Quem é servidor público e tem relacionamento com o banco paga ainda menos. Com a mudança, a economia no final do contrato pode chegar a até R$ 45,4 mil para quem ainda não é cliente e financia um imóvel de R$ 100 mil. Isso porque as primeiras prestações caem de R$ 948,85 para R$ 822,56 - uma diferença de R$ 126,29 por mês.
Ana Silva
Imóveis em Natal: para economista, tendência é que taxas caiam mais
As mudanças não ficaram restritas ao juros. A Caixa ampliou o prazo de pagamento de 30 para 35 anos, para financiamentos contratados a partir de segunda-feira. Ontem, o Santander também anunciou a ampliação para 35 anos do prazo de financiamento imobiliário. Com isso, se tornou o primeiro banco privado a ampliar o prazo por esse período Segundo comunicado do banco, o prazo é válido para novos contratos a partir do dia 6 de julho em todas as linhas de crédito para compra de imóveis residenciais.
A onda de mudanças no crédito têm mexido com o mercado imobiliário, segundo Angélica Alves, diretora de imóveis prontos da Brasil Brokers Abreu, em Natal. O movimento nas imobiliárias ficou maior desde que o governo federal decidiu pressionar o sistema financeiro e forçou os bancos a baratearem o crédito. Para especialistas, o momento é propício para fechar negócio. Mas é preciso cautela. "Os juros continuam altos", alerta o economista Janduir Nóbrega, diretor do curso de Gestão Financeira da Universidade Potiguar. Mas não é só isso. "As novas taxas não valem para todos os clientes", acrescenta Tatiana Viola de Queiroz, advogada da Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. "Os bancos estão impondo uma série de restrições", lembra.
Na Caixa, por exemplo, quem não tem relacionamento com o banco e quer financiar um imóvel - paga uma taxa de 8,85% ao ano (mesmo após a nova redução). Só tem acesso à taxa mínima (de 7,8% ao ano) quem é servidor público e possui algum vínculo com o banco. Para a advogada da Proteste, o melhor a fazer é se informar "antes de sair muito empolgado de casa".
Quem tem acesso à taxa mínima ainda precisa tomar uma série de cuidados. Os riscos de endividamento permanecem. "É preciso lembrar que o contrato é de longa duração", ressalta Tatiana. O ideal, segundo Janduir Nóbrega, é não comprometer mais que 30% com a prestação. Quem ganha R$ 1,5 mil não deve assumir uma prestação superior a R$ 500, por exemplo. Dar uma boa entrada e evitar parcelamentos longos - mesmo que eles sejam oferecidos - são dicas que nunca saem de moda, segundo a advogada da Proteste.
Embora Angélica Alves, diretora de imóveis prontos em uma imobiliária natalense, afirme que o momento é mais do que propício para fechar negócio, Janduir Nóbrega, economista e diretor do curso de Gestão Financeira da UNP, orienta que só compre um imóvel neste momento quem realmente precisa. Porque a tendência é que as taxas caiam ainda mais e as ofertas fiquem cada vez mais atraentes. "A gente vai assistir uma batalha muito ferrenha do sistema financeiro nos próximos 90 dias", justifica. A postura da presidenta Dilma, que decidiu aproximar a inflação nacional da mundial, indica que virá mais reduções por aí, analisa o economista. "A tendência é que os preços caiam ainda mais, a não ser que algo muito grave ocorra", conclui. A Caixa informou à Agência Estado que, atualmente, apenas 4% dos empréstimos imobiliários do banco tem o prazo máximo vigente de 30 anos.
Juros caem desde abril
A disputa pela menor taxa de juros começou em abril. Seguindo orientação do Ministério da Fazenda, que lançou um novo pacote de medidas para aquecer o mercado interno, os bancos públicos - Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil - anunciaram redução de até 88% nas taxas de juros para empréstimos. Os bancos privados resistiram o quanto puderam, mas acabaram cedendo com as investidas do governo federal. O HSBC foi o primeiro grande banco privado de varejo a anunciar a redução das taxas de juros. Não demorou muito para os quatro maiores bancos privados do País diminuírem as taxas cobradas em várias modalidades de financiamento. Líderes de mercado, Itaú e Bradesco, nem sequer esperaram o término da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para anunciar reduções nos juros para pessoas físicas e empresas, segundo reportagem publicada no Estado de São Paulo. Uma série de reduções foram anunciadas desde então. Em entrevista coletiva para comentar os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do 1º trimestre, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a afirmar que os bancos públicos vão continuar cortando os juros dos empréstimos. Quatro dias depois, a Caixa anunciou a última mudança. O Santander também ampliou o prazo de pagamento ontem.
fonte: tribuna do norte
fonte: tribuna do norte
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