Domingo após sábado feriado de Tiradentes, um motivo deu mote a críticas e questionamentos nas redes sociais: a entrevista concedida pelo empresário Flávio Rocha à repórter Andrielle Mendes para esta Tribuna do Norte.
Seria mais uma que não ultrapassaria as fronteiras da área econômica, não fossem as críticas veladas feitas pelo empresário, cujo patrimônio familiar está entre os 20 maiores do Brasil e o 491º do mundo.
Não revelou nomes, ficaram muitas dúvidas e a sensação de que se trata do Governo Rosa(do). Mas, sabe-se que em fevereiro último a empresa teve que pagar R$ 3 milhões de multa por desrespeitar Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do Trabalho, por recusar atestados médicos emitidos por médicos do SUS, mas apenas por médicos do plano de saúde contratado pela empresa. Se novo descumprimento, multa diária de R$ 50 mil.
Ao mesmo tempo em que falou do crescimento do Grupo Guararapes, crispou-se que por falta de incentivos deixou de investir no RN e levou para o Ceará, que está ganhando uma nova fábrica.
Diante do cenário frágil no RN, o grupo demitiu sete mil empregados em menos de dois anos, o que, segundo Flávio, “atinge o coração” do pai Nevaldo Rocha, “que é aficcionado pela geração de emprego no estado”. “Ele sofre muito”, lamentou.
Alertou que o processo de desaceleração em solo potiguar é praticamente irreversível.
Taxativo: – “A Guararapes vai muito bem obrigado, agora o Rio Grande do Norte está jogando fora uma oportunidade”.
Deve ter sido para o MPT: – “Não há sensibilidade, no estado, para este problema. Existem pessoas que acham que estão fazendo bem para o trabalhador, mas estão fazendo um grande mal, tirando a competitividade do setor. Isto é dramático”.
Garante: – “Para Guararapes e para a Riachuelo, na verdade, tanto faz produzir no RN ou produzir no Ceará”- enquanto parou com investimentos no Elefante, acelera no vizinho.
Reclama que “o ambiente no Rio Grande do Norte é hostil ao empresariado”.
Avisa: – “Estamos sendo expulsos. E olha, não faltam exemplos de empresas seríssimas que estão sendo expulsas do RN” – essa frase mais pareceu dirigida aos que compõem gestão pública.
Discorrendo que a raiz da empresa está no RN, diz que a intenção era fortalecer tomando como exemplo a Zara, que tem na antes região pobre da Galiza, na Espanha, a raiz de distribuição. “Sempre que a Zara criava 100 empregos numa loja abria 200 novas vagas na fábrica na Galiza. Isso gerou uma revolução social na Espanha”, exemplifica. “A ideia inicial era a partir do RN abastecer o resto do Brasil, como a Zara na Galiza”.
Deveria: – “O RN abriga a raiz de nossa planta. Nossa fábrica em Natal poderia empregar 20 mil pessoas (quase o dobro do que emprega), mas não está”.
Declaração que deixou mais dúvidas: – “A gente vê no primeiro escalão – governadora e secretariado – uma grande acolhida ao investimento, mas ao mesmo tempo vê uma hostilidade surpreendente na convivência cotidiana com o estado”.
Há dois anos se produzia aqui 90%, mas hoje a realidade é desestimuladora. A Riachuelo cresceu cerca de 50% nestes dois anos, enquanto a produção na fábrica “caiu significativamente”.
Louros sempre ao pai quando a pergunta é o segredo do sucesso: – “Eu acho que o sucesso da empresa é replicar a visão empresarial de uma pessoa realmente iluminada, que é seu Nevaldo Rocha. Acho que é isso. Não fizemos outra coisa a não ser tentar reproduzir todos os ensinamentos do seu Nevaldo, que do alto de de seus 83 anos de idade continua sendo nosso grande farol”.
FONTE: ABELHINHA
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