Euripedes Dias

sexta-feira, 13 de março de 2015

QUE COISA: Crise do Petrolão afeta até prostituição.

O DIA

O efeito cascata da crise do petróleo provocada pela Operação Lava Jato e a queda do preço do barril de petróleo empurraram o comércio para o atoleiro. A ponta mais sensível da cadeia produtiva sentiu o duro golpe da retração de investimentos da Petrobras e das obras do Comperj. E parece até que uma nuvem negra estacionou sobre os municípios do Rio. O ouro que reluziu no vai e vem diário de milhares de ávidos consumidores foi substituído pelo fecha-fecha das lojas em pelo menos 23 cidades do estado. Resultado da redução drástica na arrecadação dos comerciantes, que chega a 40% nos dois últimos meses — em comparação ao mesmo período em 2014.
CRISE ATINGE ATÉ A PROSTITUIÇÃO
O que mais se escuta em Macaé, nestes tempos de crise, é que os macaenses apertaram o cinto e estão cortando todos os supérfluos. O impacto da retração econômica chegou às ruas. Em todos os sentidos. Se muitos trabalhadores deixaram as mais diversas regiões do país em busca das oportunidades surgidas na cidade considerada a‘capital do petróleo’, o mesmo se pode dizer das garotas de programa que deixaram Copacabana, no Rio, de olho no alto poder aquisitivo da população masculina em Macaé.
Garotas de programa em busca de clientes com os bolsos cheios há três anos fazem promoções atualmente
                                                                                                                               Foto:  Ernesto Carriço / Agência O Dia
“Está ruim de afrouxar esse cinto. Ninguém aqui abre mais o bolso para nada. A crise está braba. Há dois, três anos a gente chegava a fazer 15 programas por dia, cobrando em média R$ 120 em cada um. Agora só contamos com um programinha ou outro, às vezes não rola nenhum. Mesmo com promoção”, conta Bruna, de 27 anos, que agora cobra R$ 100 por uma hora de prazer.
Colega de Bruna, Fernanda lembra com saudade das festinhas bancadas pelo “turma do petróleo” que trabalhava em alto-mar. Assim que voltavam ao continente, patrocinavam festas e mais festas que duravam dias inteiros. O eldorado do petróleo era também o da prostituição.
“Era para ter resolvido a nossa vida. Tínhamos noite inteiras de rainha aqui em Macaé. Muito melhor do que no Rio de Janeiro. Nem se comparava. A galera tinha grana mesmo. Esbanjava em tudo. Foram as melhores festas da minha vida. Esse oásis durou até outubro do ano passado”, acrescentou Bruna.

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