Santo Expedito é conhecido como o padroeiro das causas urgentes. Ele é sempre invocado nos casos que exigem solução imediata. Tido como muito eficiente, a fé no ex-militar convertido ao cristianismo no século IV e martirizado na Armênia chega a arrastar 200 mil pessoas para a igreja feita em sua homenagem, em São Paulo, no dia 19 de abril, data de sua festa.
Pois grande parte do dinheiro arrecadado das doações desses milhares de devotos foi desviada. E o suspeito era o mais improvável: o pároco da igreja. Padre Osvaldo Palópito, 60 anos, tenente-coronel da Polícia Militar e capelão da Igreja de Santo Expedito desde 2003, está sendo investigado sob a acusação de desviar R$ 2 milhões. Os fiéis foram pegos de surpresa. “Nunca imaginamos que algo assim pudesse acontecer. Ele sempre foi um bom padre”, diz Maria Eliete da Silva, devota de Santo Expedito e frequentadora da igreja há mais de 20 anos.
Padre Osvaldo Paló, como é conhecido, tinha uma porção popstar. Tem seis CDs gravados e fazia shows. Ainda que tivesse uma carreira paralela à rotina paroquial, a Corregedoria da Polícia Militar identificou desproporção entre seu patrimônio e seus vencimentos. Entre seus bens estaria um apartamento duplex na Riviera de São Lourenço, praia em área nobre do litoral sul de São Paulo, cujo valor está na casa dos milhões.
A Corregedoria recebeu denúncias há alguns anos, mas o inquérito só foi aberto no ano passado, após interceptações telefônicas e quebra de sigilo. Palópito vai responder a processo criminal e poderá ser afastado definitivamente da Polícia Militar e da Igreja. No dia 31 de janeiro, ele pediu transferência para a reserva. Com isso, mesmo que seja considerado culpado, conseguirá manter alguns benefícios. Sem o pároco, padres convidados estão à frente das missas e uma sargento foi recrutada para tomar conta da igreja, construída com doações de militares. O cargo de capelão foi extinto.
IstoÉ
Sem comentários:
Enviar um comentário