Surpresas da atual edição da Copa do Brasil, América-RN e ABC carregam folhas salariais que não superam a faixa dos R$ 700 mil mensais. Menos até mesmo do que faturam nomes como Fred e Kleber Gladiador, deixados pelo caminho na competição, e bancadas com o apoio do lobby feito em Brasília, que assegurou através do patrocínio da Caixa Econômica Federal o pagamento anual de praticamente 25% delas.
Os dois representantes potiguares fecharam ainda em abril um contrato de R$ 2 milhões com o banco, cada.
Por trás do acordo, o deputado federal Henrique Alves, que tenta agora capitalizar com o acordo em sua candidatura ao governo do Rio Grande do Norte.
Para assegurar um alívio financeiro à dupla, o político teve em uma iniciativa do ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello, a motivação para solicitar o patrocínio. O atual senador foi o principal responsável por fechar antes a parceria da Caixa com o Asa de Arapiraca-AL, em seu berço eleitoral.
Henrique Alves decidiu, então, seguir o mesmo caminho.
Foram diversas reuniões em Brasília e passagens também pelas sedes da federação paulista e da CBF para conversas com o presidente da CBF, José Maria Marin, e seu vice Marco Polo del Nero.
Em pauta, não apenas o interesse de América-RN e ABC, mas também a contrapartida a que estava disposto oferecer como presidente da Câmara de Deputados na capital federal, com o compromisso de evitar, por exemplo, que a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte fosse votada com a proposta que pretendia financiar a criação de um fundo educacional com parte de suas receitas vindo dos contratos de patrocínio da entidade.
Com o apoio da bancada da bola, o projeto acabou desmembrado e a CBF pôde respirar aliviada.
Em sinal de reconhecimento, Henrique Alves recebeu um “Pin de ouro”, a maior honraria da confederação, e ainda a promessa de um amistoso da seleção em Natal – ela não atua no Estado desde a década de 80.
Por seu programa de rádio, estiveram, dentre outros, os presidentes de América-RN e ABC no passado. Uma mostra de como as campanhas das zebras da Copa do Brasil andam lado a lado com a briga pelo Palácio do Governo no Estado.
R$ 4 milhões não vêm sozinhos.
ESPN via Gazeta Press
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