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domingo, 8 de junho de 2014

Ex-presidente da CBF tem 100 milhões depositados num banco em Mônaco


Ricardo Teixeira, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, tem mais de € 30 milhões depositados numa conta secreta aberta em casa bancaria de Mônaco. Em moeda brasileira, a cifra corresponde a cerca de R$ 100 milhões. Sua existência foi noticiada pelo jornal eletrônico francês Mediapart e ecoada pelo repórter Jamil Chade, do Estadão.
De acordo com a publicação francesa, Ricardo Teixeira é personagem de investigação sobre lavagem de dinheiro aberta por autoridades de Mônaco contra um banco chamado Pache. Trata-se de uma filial do grupo Credit Mutuel. O juiz que cuida do caso chama-se Pierre Kuentz.
O Mediapart reproduz trechos de grampos que constam do inquérito. O nome de Teixeira soa na voz de um dos grampeados, Jürg Schmid, diretor do banco Pache. “Eu não quero ter de ficar explicando a situação a todos”, diz ele num trecho. “Quando se faz barulho interno e externo, nós estaremos na rua.”
Schmid prossegue: “Nós, do banco Pasche, temos uma situaçãoo em que devemos provavelmente aceitar clientes que outros bancos certamente não aceitam”, disse, antes de reconhecer: “Eu tenho um, o grande brasileiro.”
Vale a pena ouvir mais um pouco de Schmid: “Eu sei muito bem que nenhum outro banco de Mônaco queria abrir uma conta dele. Agora, ninguém o quer porque se trata verdadeiramente de uma fria. Mas nós fizemos tudo, já que temos a declaraçãoo de impostos e a declaração dos tribunais, que dizem que ele não foi condenado. Portanto, existe um risco de reputação”
Numa referência à suposta origem do dinheiro atribuído a Ricardo Teixeira, o diretor do banco afirma: “Sabemos que ele recebeu dinheiro em troca de favores, mas não são políticos. Decidimos juntos que nós o receberíamos, porque ele nos traz € 30 milhões. E isso não é pouco.”
O jornal eletrônico francês anota que Texeira tem viajado amiúde para Mônaco. Apenas neste ano de 2014, ele esteve no principado em janeiro, fevereiro, abril e maio. Em cada viagem, permaneceu entre doi e três dias. Hospedou-se num hotel requintado: o Metropole. A conta é paga pelo banco Pasche, que fica a poucos metros do hotel.
UOL

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