O futebol potiguar teve uma segunda-feira de acordos e controvérsias. Por volta das 17h, o governo informava um acordo entre ABC e América para o recebimento de R$ 750 mil viabilizados por ações de marketing. Em troca, devido a impossibilidade de realizações de obras no estádio Nazarenão, em Goianinha, estaria sendo criada a "Arena da Paz". Desta forma, o Alvirrubro passaria a jogar no estádio Frasqueirão.
Demis Roussos
O acordo para o América jogar no Frasqueirão durou pouco. Três horas depois da reunião, no Governo, o ABC negou que tenha se decidido.
Aproximadamente três horas depois, pressionado por uma série de críticas nas redes sociais, o presidente Rubens Guilherme chegava à reunião do Conselho Deliberativo no clube e negava o acordo oficial, através de uma nota, onde explica que a decisão sobre o uso do estádio abecedista será tomada pelo Conselho.
Entre os conselheiros, nenhum sinal de uma decisão final. "Não será nada decidido hoje (ontem). Essa reunião não tinha esse objetivo, mas como o tema surgiu abrimos espaço para falar à respeito", falou Marcelo Abdon. Outro membro que preferiu não se identificar confirma que haverá um novo encontro após o América formular oficialmente a proposta para locar o estádio. "Não tenho opinião formada e quero saber todos os prós e contras para decidir", antecipou o conselheiro Cláudio Porpino. "Acho que é uma proposta a ser discutida. Se o ABC está precisando de aumento de receita, tem que explicar porque gastou mais que arrecadou e porque já está no vermelho a essa altura da temporada. Acho que a direção deve ouvir a torcida que é o maior patrimônio do clube", comentou o também conselheiro José Adécio.
Júnior Santos
Um grupo de torcedores esteve na reunião do Conselho Deliberativo, ontem, no clube, para protestar
Do lado de fora da reunião, na sede do ABC, cerca de 20 torcedores exibiam faixas e entoavam cânticos contra o acerto entre o Alvinegro, o América e o governo do estado. O conselheiro e vice-administrativo, Wilson Cardoso se encarregou de conversar com a torcida e agendou uma reunião entre os manifestantes e a diretoria.
Longe do tumulto, dirigentes do América, afirmaram que o acerto entre os clubes já havia realmente sido realizado durante a reunião com a presença da governadora. Segundo os alvirrubros, o texto governamental encaminhado à imprensa estava correto e eles não entendiam o motivo do recuo abecedista.
Diante da polêmica criada, a assessoria de imprensa do governo explicou que a decisão sobre o aluguel do estádio deve ser tomada em acordo feito pelos dois clubes e que ao estado cabe apenas repassar a verba de R$ 750 mil que será dividida entre ABC e América. Segundo o texto, a parte americana seria reencaminhada para os cofres abecedistas justamente para cobrir essa cessão do Frasqueirão.
Por outro lado, deixado de fora da negociação, o presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol - FNF, José Vanildo reclamou por não ter sido convidado para participar da reunião. "Os dirigentes devem ter compreendido que ainda não seja o momento para FNF participar dessa negociação, mas se convocado não vou me omitir em busca de um interesse comum e que venha beneficiar o futebol do RN. Estaremos prontos a apoiar aquela que for considerada a melhor alternativa para os nossos dois filiados", argumentou o dirigente.
Quanto ao estádio Nazarenão, José Vanildo salientou que em não havendo um acordo e com o impedimento da Prefeitura de Goianinha em receber verbas públicas para trabalhar na ampliação e nas melhorias que a CBF exigiu para praça esportiva da cidade, o presidente da FNF disse não ter dúvida de que a confederação de futebol saberá entender a situação e irá reavaliar o ajuste que permitiu ao América mandar os jogos da série B no local. Hoje, o presidente do ABC, será entrevistado na Globo Natal às 12h.
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