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quarta-feira, 24 de março de 2021

O maior aumento proporcional de casos de COVID-19 foi o do município de Pedra Preta, que teve um crescimento de 431% no número de casos. Em todo 2020, o município só havia registrado 16 casos confirmados de Covid-19. Até o dia 22 de março deste ano, foram 69.


O Rio Grande do Norte tem 32 municípios que registraram mais casos de Covid-19 nos primeiros três meses de 2021 do que em todo o ano de 2020 (veja a tabela completa mais abaixo). Os dados foram comparados através do boletim epidemiológico diário da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).

O maior aumento proporcional foi o do município de Pedra Preta, que teve um crescimento de 431% no número de casos. Em todo 2020, o município só havia registrado 16 casos confirmados de Covid-19. Até o dia 22 de março deste ano, foram 69. O município tem um óbito confirmado pela doença.

Aumento também relevante foi registrado no município de Tenente Laurentino Cruz, que teve 328% a mais de casos em 2021 do que em todo o ano passado, quando registrou 89 casos. Nesses primeiros três meses, foram 292.

Outros dois municípios tiveram aumento superior a 200%. Parelhas, que havia confirmado 274 casos de Covid-19 até dezembro de 2020, já registrou até março de 2021, 661 - o crescimento foi de 223%. Carnaúba do Dantas tinha 117 casos até o fim de 2020 e somou mais 325 neste ano, um crescimento de 278%.

Entre os municípios que mais registraram aumento de casos também está João Câmara, localizada na Região do Mato Grande. Desde o mês passado que o município havia decretado medidas de isolamento social rígido em função do aumento de casos e mortes pela Covid-19, além da pressão por leitos críticos no hospital da cidade.

Os dados da Sesap apontam que em três meses em 2021 a cidade teve 1.115 casos confirmados contra 623 em todo 2020. O aumento foi de 185%.

Na Grande Natal, o município de Extremoz teve aumento de 126%. Em 2021, foram 1.068 casos contra 847 durante todo o ano de 2020.

Casos de Covid-19 nos municípios

Casos até dezembro de 2020 Casos de janeiro a março de 2021 Casos total Aumento (%)

Pedra Preta 16 69 85 431%

Tenente Laurentino Cruz 89 292 381 328%

Carnaúba dos Dantas 117 325 442 278%

Parelhas 274 611 885 223%

Jardim do Seridó 370 718 1088 194%

João Câmara 623 1.151 1.774 185%

Serrinha dos Pintos 123 224 347 182%

Serrinha 55 100 155 182%

Lagoa Nova 154 275 429 179%

Almino Afonso 91 155 246 170%

Alexandria 340 576 916 169%

Antônio Martins 85 143 228 168%

Ipueira 56 93 149 166%

Jardim de Angicos 24 39 63 163%

Ouro Branco 120 195 315 163%

Coronel João Pessoa 49 76 125 155%

Jundiá 140 210 350 150%

São Vicente 167 235 402 141%

Equador 57 79 136 139%

Florânia 267 349 616 131%

Extremoz 847 1.068 1.915 126%

Pureza 133 165 298 124%

Viçosa 108 133 241 123%

Acari 275 325 600 118%

Paraná 148 169 317 114%

Lucrécia 120 135 255 113%

Marcelino Vieira 219 244 463 111%

Senador Georgino Avelino 54 59 113 109%

Angicos 188 205 393 109%

Portalegre 162 174 336 107%

Rafael Godeiro 161 171 332 106%

Luís Gomes 157 166 323 106%

Fonte: Sesap

Agravamento da pandemia
O crescimento dos casos nos municípios vai ao encontro do que os especialistas e autoridades têm alertado há algumas semanas: o estado passa, neste momento, pelo seu pior momento da pandemia desde o início, cenário também da maioria das federações do país.

O aumento de casos tem refletido principalmente no aumento de internações. Atualmente o estado tem o maior número de pacientes com Covid-19 internados desde o início da pandemia: 1.072.

Isso tem feito com que haja uma pressão nos leitos críticos. Segundo o Regula RN, o estado atualmente está com mais de 93% de ocupação das UTIs. A fila por um leito, no entanto, tem mais de 128 pessoas.

No fim de fevereiro, a UFRN também confirmou a circulação das variantes P1 (provavelmente oriunda do Amazonas) e P2 (detectada no Rio de Janeiro pela primeira vez) no Rio Grande do Norte desde pelo menos dezembro. A universidade alertou naquele momento que as variantes poderiam estar associadas a uma maior dispersão da doença.

Estudos têm apontado que a P1 é uma variante considerada mais transmissível e capaz de driblar o sistema imune, o que facilita a disseminação e o contágio pelo vírus.

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