Euripedes Dias

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Gravidade do Zika Vírus é tema discutido durante reunião na UFRN.

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Foto: Wallacy Medeiros/ AGECOM

“Para diminuir a incidência da transmissão do vírus é o mesmo cuidado de uma década atrás: evitar água parada, de qualquer espécie”. Com esse conselho em tom de mandamento, a pró-reitora de Extensão, professora e pesquisadora da área, Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes, enfatizou a maneira de diminuirmos a incidência do Zika vírus.

“Nós ainda não possuímos meios de sabermos a abrangência nem como deve ser exatamente o combate ao vírus. O que sabemos é que é extremamente forte, que provoca sequelas e que pode atingir desde o cérebro até o sistema nervoso. Podemos prevenir? Sim, com ações como a questão da água parada e o uso do preservativo nas relações sexuais, já que esta também é uma forma de transmissão”, destacou o professor da UFRN, Kleber Giovanni Luz, educador que esteve a frente da ‘descoberta’ do primeiro caso de Zika vírus no país, neste ano de 2015.

As explanações aconteceram na tarde desta terça-feira, 8, no anfiteatro A do Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET), durante reunião que teve o propósito de “apontar caminhos para que os problemas sejam diminuídos. Por isso, a UFRN procurou chamar para cá pessoas com específico conhecimento na área e também os que, mesmo sem ter domínio do assunto, querem evitar que aconteçam mais casos”, afirmou a reitora da UFRN, Angela Maria Paiva Cruz.

A Zika é uma infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da chikungunya. A sua primeira aparição foi registrada em 1947, quando encontrado em macacos da Floresta Zika – daí seu nome –, em Uganda. Entretanto, os registros indicam que somente em 1954, os primeiros seres humanos foram contaminados, na Nigéria.

O contágio se dá pelo mosquito que, após picar alguém contaminado, pode transportar o ZIKV durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma população que não possui anticorpos contra ele. Pode também ser transmitido de pessoa para pessoa por meio do ato sexual ou da mãe para o filho, atingindo indistintamente em termos de idade.

“Particularmente, acredito que o vírus tenha chegado antes ao Brasil, mas apenas seu primeiro registro tenha ocorrido neste ano. Ele possui um potencial muito forte, daí nossa preocupação. Infelizmente, no caso de gravidez, a recomendação específica é que as pessoas esperem cinco anos, pois o risco de contágio é alto”, pontuou o professor Kleber Luz.

Ao final da reunião, que contou com a participação de estudantes e servidores da Instituição, aconteceu a proposta da ideia de que a UFRN elaborasse vídeos educacionais para veiculação nos meios de comunicação institucionais, tais quais site, TV, Rádio e perfis em mídias sociais, além de sensibilização por meio de projetos como o Trilhas Potiguares.

“Essas ações estarão dentro da perspetiva de uma educação para a sustentabilidade. Em uma análise que rompa com o que está na superfície, aspectos como aumento da temperatura, a fauna e a flora, constantemente “agredidas”, criam as condições ambientais para estas epidemias e estas “mazelas”. Precisamos de ações como o Observatório da Dengue e aquelas referentes à triagem e identificação dos mosquitos, que nós inclusive já fazemos aqui. Precisamos que a população se envolva”, conclamou a professora Fátima Ximenes.

Com informações da UFRN

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