As classes A e B do Brasil passam dez vezes mais tempo conectados à internet que a população em geral. Enquanto a média a população gasta cerca de 40 horas mensais on-line, as camadas mais ricas chegam a ficar 422 horas.
Os números são de um estudo on-line da consultoria IDC, encomendado pela empresa de pagamentos on-line PayPal, que ouviu 1.798 pessoas em seis países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.
Nos outros países da região, a discrepância é ainda maior do que a brasileira. Na Colômbia, recordista de permanência on-line, os mais ricos usam a internet 426 horas por mês, enquanto a média do país é de 21 horas mensais, cerca de 20 vezes menos.
Hoje, 54% dos internautas brasileiros pertencem à classe C, contra 36% de A e B e 10% de D e E, de acordo com pesquisa do instituto Data Popular feito a pedido do Google.
Similarmente, no México, segundo no ranking, as classes A e B ficam 423 horas on-line, contra 22 horas da população geral.
A IDC explica o contraste pela presença de computadores nos trabalhos das classes mais abastadas e pelas disseminação dos celulares inteligentes no segmento.
“Alguns dispositivos têm acesso ininterrupto à rede sem que o usuário esteja necessariamente ativo, como pode ser o caso com smartphones e computadores usados no trabalho durante um período mínimo de oito horas por dia”, diz o estudo.
Apesar do papel de smartphones nos números, o documento mostra que o dispositivo preferido dos mais ricos da região para realizar o acesso à internet são os dispositivos “fixos” (54%), que incluem desktops, notebooks, smart TVs e consoles de videogames. Celulares e tablets são os preferidos dos outros 46%.
A escolha do aparelho também varia de acordo com a finalidade. Nos seis países pesquisados, os telefones conectados são os mais usados para acessar redes sociais -como Facebook (70%) e WhatsApp (80%)- enquanto notebook são os preferidos para lidar com emails (80%), assistir vídeos no Youtube (70%), baixar músicas (60%) e fazer compras (69%).
A empresa diz acreditar porém, que o cenário deve mudar em um futuro relativamente próximo, já que, segundo a pesquisa, mais jovens (de 18 a 34 anos) têm preferência por celulares e tablets.
(*) O repórter Bruno Fávero viajou a convite do PayPal
Folha Press
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