Euripedes Dias

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

PSOL no 2º turno: Nem Henrique Alves, nem Robinson Faria‏.


Veja nota na íntegra:
Quase a metade dos potiguares se recusou a votar nos representantes das oligarquias de nosso estado. Este é o recado fundamental do nosso povo.
O professor Robério e o PSOL tiveram expressiva votação no primeiro turno das eleições no estado: 8,74% dos votos válidos no estado e 22,45% em Natal, ao contrário do que diziam as pesquisas pagas por grupos políticos na maior parte do tempo. Fomos o fator que levou a eleição para o segundo turno, como muitos afirmam. Um resultado que atesta a aceitação das ideias do partido junto à população.
Os votos do PSOL são oriundos da juventude mais crítica, que esteve nas ruas em junho de 2013, dos trabalhadores conscientes e dos setores mais politizados da população, que queriam expressar a sua repulsa às candidaturas que representam as oligarquias e a velha política.
Apresentamos um programa alternativo global e coerente contra a velha política, mas ao mesmo tempo de superação do atraso econômico e social de nosso estado e de recuperação imediata dos serviços públicos para a população. Saudamos nosso candidato, o professor Robério Paulino, que entrou nessa verdadeira batalha de Davi contra Golias, que a despeito da desigualdade de condições econômicas, boicote da mídia e da farsa levada adiante pelos institutos de pesquisa, soube se colocar a altura de nossos sonhos e transformá-los no combate e nas propostas que polarizaram essa eleição.
O PSOL declara aqui que não pode e nem apoiará nem Robinson e muito menos Henrique Alves neste segundo turno, por vários motivos.
Primeiramente porque seria incoerente de nossa parte, pois dissemos durante toda a campanha que os dois candidatos são originários da velha política, oligárquica e clientelista do estado, que os dois não vão mudar nada. Henrique Alves está ai há 44 anos representando o que há de mais atrasado, oligárquico e nefasto na política brasileira, além de estar envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras. Já Robinson, lembramos, foi o vice da Rosalba, apoiou governos como o de Wilma de Faria e outros, sem nunca ter se oposto em nada às suas práticas. Quem viu os debates percebeu que Robinson queria e negociou até o fim sua entrada no acordão e só não entrou porque não foi possível.
Além disso, construímos coletivamente um programa que cativou uma parcela significativa da população:
1) Propusemos a democratização do nosso estado, incluindo o povo em suas decisões, através de conselhos e grandes congressos por área.
2) Propusemos aumentar massivamente os investimentos na educação e acabar com o analfabetismo em 8 anos, extinguindo uma mácula na dignidade do nosso estado.
3) Propusemos reequipar os hospitais regionais e de especialidades, acabando a casa dos horrores na qual se transformou o Walfredo Gurgel, mas também ampliar as equipes do Programa Saúde da Família.
4) Propusemos chamar os aprovados no último concurso da PM, policiais que fazem falta no dia a dia do povo potiguar, e colocar em prática a Lei de Promoção de Praças, como proposto pelas associações de policiais. Ao tempo em que abrir de imediato a discussão sobre a sua desmilitarização e constituição de uma polícia civil única e cidadã.
5) Propusemos a valorização do servidor público, como parte das soluções necessárias a melhora dos serviços públicos prestados à população.
6) Para o semiárido, propusemos o tratamento e o armazenamento da água por modelos mais sustentáveis, com a construção de cisternas e novas formas de captação e distribuição da água, acabando com a máfia das empreiteiras que lucram com a construção de barragens, enquanto o povo segue sofrendo com a seca.
7) Propusemos incentivar a agricultura familiar, reabrindo a Central de Comercialização da Agricultura Familiar e fazendo a Reforma Agrária em propriedades com grande débito com estado, ambas ações na perspectiva de baratear o custo do alimento.
8) Propusemos como governador não reprimir os movimentos sociais, respeitando o direito de manifestação e de greve e mantendo uma mesa de negociação permanente com os representantes dos trabalhadores.
9) Cortar 80% dos cargos comissionados, abrindo concurso em todos os setores de administração, enfrentando os privilégios na máquina pública, como a existência de altíssimos salários de servidores que ainda recebem vultosos auxílio-moradia.
Estas são as propostas fundamentais que seguem ausentes nos programas de Henrique Alves e Robinson Faria. O compromisso dos dois é com o ajuste fiscal e com a Lei de Responsabilidade Fiscal naquilo que ela tem de pior, como a redução e o sucateamento dos serviços públicos e dos salários dos servidores, com a manutenção da velha máquina, inchada e clientelista. Além disso, ganhe quem ganhar, em breve Henrique estará abraçando Robinson e Robinson estará abraçando Henrique e tudo continuará igual. Alguém tem dúvidas? É só esperar para ver. Nenhum dos dois merece a confiança nem o voto do povo potiguar.
Nesse sentido, o Diretório Estadual do PSOL/RN orienta aos seus filiados (as) a que não devem votar em Henrique Alves e nem Robinson Faria pelos motivos já mencionados e que devemos seguir lutando para transformar o Rio Grande do Norte por meio das lutas cotidianas.  Nossos filiados não farão campanha e não apoiarão nenhum deles.
Em relação às milhares de pessoas que acreditaram na mudança qualificada, que votaram no PSOL e que não se renderam ao continuísmo, à compra do voto e à velha política, estes devem decidir livre e democraticamente sobre o seu voto no segundo turno, inclusive podendo seguir a mesma orientação feita aos nossos filiados (as).
O importante é que continuemos juntos na luta por um estado e um país mais justo e mais igual. Repetimos que nossa luta não se resume às eleições. O mundo, nosso estado e nosso país não vão mudar somente com eleição, mas essencialmente através da mobilização social. Aqueles que foram às ruas em junho de 2013 e os novos que se incorporarão às lutas que virão, encontrarão no PSOL um parceiro. O PSOL está de portas abertas a todos os lutadores sociais.
SANDRO PIMENTEL – Presidente Estadual do PSOL

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