Questionário pode ser preenchido em português (Reprodução)
Por VEJA
A polícia federal americana, o Federal Bureau of Investigation (FBI), lançou nesta quinta-feira um site para cadastrar “vítimas” da TelexFree. A empresa é acusada de crime de pirâmide financeira e levantou mais de 1 bilhão de dólares no mundo. Chamado de “Victim Assistance” (assistência às vítimas), o FBI pede a colaboração dos chamados divulgadores da empresa com o preenchimento de um questionário sobre a relação com a TelexFree. ”Se você é um cliente da TelexFree e acredita que tenha sido prejudicado, você deveria preencher o questionário abaixo”, diz a página. As perguntas estão em inglês, português e outros 80 idiomas.
O cadastro é voluntário e tem o objetivo de coletar informações para a investigação federal e para a identificação da abrangência criminal do caso, principalmente saber quantas pessoas foram prejudicadas com o esquema fraudulento. Para a ação, o FBI conta com a parceria da Homeland Security Investigations, órgão federal que investiga questões relacionadas a direitos de consumidores americanos e imigrantes.
No texto, consta a informação de que ”em 9 de maio, James Merrill e Carlos Wanzeler, os principais sócios da TelexFree e empresas relacionadas, foram acusados em um processo criminal federal de conspiração para cometer fraude eletrônica”. Merrill está preso e teve seu pedido de fiança negado nesta semana, assim como a esposa de Wanzeler, Kátia, pega ao tentar sair do país. Já Carlos está em Vitória, no Espírito Santo, mas teve sua prisão decretada nos EUA.
Na sequência, é citado um trecho do comunicado de imprensa emitido pelo gabinete do procurador dos EUA, do distrito de Massachusetts:
De acordo com o depoimento, a TelexFree Inc e a TelexFree LLC (ambas a mesma empresa) ofereceriam serviço de telefonia por internet (VoIP) para consumidores que se cadastrassem e mantivessem uma conta em seu site. Alega-se que TelexFree era, na verdade, um esquema de pirâmide, e que, entre janeiro de 2012 e março de 2014, pretendia promover fortemente seu serviço de VoIP, recrutando milhares de ‘promotores’ para que eles publicassem anúncios do produto na Internet. Cada divulgador foi obrigado a ‘comprar’ um pacote da TelexFree a um preço determinado, pelo qual seria posteriormente compensado, sob uma complexa estrutura de pagamento semanal baseado nos anúncios postados.
Alega-se que a exigência de posts de anúncios era um exercício sem sentido, no qual cada divulgador cortava e colava os mesmos em sites previamente passados pela própria TelexFree, que já estavam saturadas de anúncios feitos pelos participantes mais antigos. As vendas de VoIP representam menos de 1%, ou 100 milhões de dólares, da receita total da TelexFree nos últimos dois anos. A esmagadora maioria de sua receita (99%) vinha da entrada de novas pessoas no esquema. A TelexFree só seria capaz de pagar as compensações que havia prometido a seus promotores existentes trazendo novos divulgadores.
Atualização - A polícia diz ainda que, devido ao potencial número de vítimas ser muito grande, ela não conseguirá responder todos os casos, mas que poderá contatar alguns para mais informações, se achar necessário. Todas as pessoas cadastradas serão informadas do andamento da questão na Justiça americana e terão acesso a seus direitos. O FBI deixa ainda um contato da Procuradoria do Estado de Massachusetts, em caso de dúvidas: ‘USAMA.VictimAssistance@usdoj.gov’.
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