Por Josias de Souza
Decorridos 36 dias desde o início do julgamento do mensalão, o otimismo sumiu das avaliações internas do PT. O partido foi de um extremo ao outro. Evoluiu da tese de que a acusação era uma “farsa” para a teoria da hecatombe.
Nessa nova apreciação, a legenda enxerga um STF rendido à “pressão da mídia” e antevê que as condenações devem alcançar os réus do ‘núcleo político’ da denúncia da Procuradoria. Entre os que ruminam o vaticínio estão Lula e Rui Falcão.
Presidente do PT federal, Falcão diz em seus diálogos privados que, tomado pelo rumo que imprime ao julgamento, o Supremo revela uma pré-disposição de condenar. Receia que nenhum dos réus petistas seja inocentado.
No caso de Lula, o pessimismo é guiado sobretudo pelas observações que ouve de Márcio Thomaz Bastos. Advogado de um dos réus do Banco Rural, o ex-ministro da Justiça revela-se impressionado com o teor dos votos dos julgadores.
Entre os réus que o petismo já dá por condenados estão José Genoino e Delúbio Soares, presidente e tesoureiro do PT na época do escândalo. Quanto a José Dirceu, um pedaço da legenda ainda cultiva a dúvida. Mas essa ala é minoritária.
Genoino e Delúbio assinaram como avalistas o pseudo-empréstimo de R$ 3 milhões que o PT contraiu no Banco Rural. Para fundamentar a “certeza” de condenação da dupla um dirigente petista ouvido pelo repórter evocou o caso de João Paulo Cunha, já condenado por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato.
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