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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

PIB fica perto de zero e inflação será uma ‘brutalidade’, diz diretor do Bradesco.


Ninguém deve esperar um milagre em 2015. A avaliação é do diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, que está participando do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Ele acredita que as mudanças na condução da política econômica vão trazer frutos, mas a partir de 2016. Para este ano, afirma o economista, a inflação será “uma brutalidade” e o crescimento ficará próximo de zero.
— Ninguém deve esperar um milagre para o PIB (Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços produzidos no país) em 2015. Ninguém devia acalentar isso. O PIB vai ser em torno de zero mesmo e a inflação será uma brutalidade, mas o relevante é que isso é a construção de uma plataforma nova para o crescimento futuro —disse ele, acrescentando:
— O segundo semestre já vai estar sinalizando para um crescimento um pouco melhor indicando uma alta do PIB de 2% para 2016.
Segundo Barros, as projeções do Bradesco apontam para uma inflação (anualizada e em termos dessazonalizados) de 13,5% no primeiro trimestre de 2015. Isso porque os índices sofrerão impacto da alta das tarifas de energia, do câmbio e do aumento dos preços dos produtos in natura em função de uma seca. No entanto, no segundo semestre, a inflação vai cair e deve fechar 2015 em 6,8%, acima do teto da meta do ano, que é de 6,5%.
— Mas isso não macula a imagem do Banco Central (BC) porque o ajuste que está sendo feito agora faz parte do trabalho de levar a inflação para a meta em 2016 — argumenta Barros.
INFLAÇÃO ESTE ANO É SOLUÇÃO
Ele afirma que a inflação elevada em 2015 deve ser considerada uma solução e não um problema. Isso porque os índices de preços ficarão elevados devido a uma correção nos preços administrados (caso das tarifas de energia):
— Pode parecer uma heresia. Mas a inflação de 2015, apenas de 2015, é solução e não problema. É uma correção de preços administrados que tem implicações positivas. É uma sinalização de preços reais para a sociedade que vai ajudar a conter o consumo (de energia).
O Globo

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