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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

As campanhas franciscanas de Ricardo e Rafael Motta.

Reportagem publicada neste fim de semana pelo Novo Jornal apresentou os custos das campanhas eleitorais dos vencedores nos pleitos para o Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa. O jornal levantou os gastos declarados ao Tribunal Regional Eleitoral, dividiu pela votação recebida por cada candidato eleito e obteve o custo médio unitário do voto.
Os números revelaram, de maneira impressionante, que candidatos que fizeram uso de grandes estruturas e realizaram campanhas nada modestas declararam valores tão baixos que o custo unitário médio do voto ficou extremamente baixo.
São os casos do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Motta e do seu filho, o vereador Rafael Motta, que se lançou candidato a deputado federal.
Na disputa pelas oito cadeiras da Câmara dos Deputados destinadas ao Rio Grande do Norte, o campeão de votos, Wlater Alves (PMDB) teve 191 mil votos e declarou gastos da ordem de 2,5 milhões de reais.
Rafael Motta, do PROS, obteve 176 mil votos e declarou gastos da ordem de 674 mil reais. Para o primeiro, cada voto teve um custo médio de 13,28 reais enquanto para o segundo colocado este custo foi de impressionantes 3,82 reais.
Para se ter uma ideia do custo franciscano da campanha do vereador e presidente estadual do PROS, Felipe Maia teve pouco menos de 114 mil votos e custo unitário de 17,35 reais, uma vez que declarou ter gasto pouco menos de 2 milhões de reais.
Na disputa pelas 24 cadeiras de deputados estaduais, o campeão de votos foi o atual presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta (PROS).
Motta, que teve pouco mais de 80 mil votos, informou à Justiça Eleitoral gastos em torno de 394 mil reais, o que lhe garantiu um custo médio unitário de R$ 4,90. Por voto, apenas 40 centavos acima do custo médio unitário do estreante Carlos Augusto Maia, do PTB, que recebeu 20 mil votos e investiu apenas 90,7 mil reais.
A mobilização de grandes estruturas não bate com alguns números informados à Justiça Eleitoral. De franciscana, algumas campanhas só tiveram as cifras que precisam ser comprovadas. Se a Justiça Eleitoral abrir o olho e apertar na fiscalização, alguns relatórios de prestação de contas vão virar peças de ficção. Ou, no mínimo, motivo para boas anedotas e estórias. Assim mesmo, estórias. E não histórias.

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