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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Facebook censura post sobre gastos com canal pornô na Câmara dos deputados

facebook4001O Facebook apagou uma postagem feita pelo Congresso em Foco em sua página naquela rede social. A postagem se referia a uma reportagem, de óbvio interesse público, sobre o uso da cota parlamentar da Câmara dos Deputados para pagamento de pacotes especiais de TV fechada que incluíam canais pornô e de esporte.
A matéria Câmara paga até canal pornô para deputados mostrou que os deputados Flaviano Melo (PMDB-AC), José Airton (PT-CE) e Renato Molling (PP-RS) pediram e obtiveram da Câmara o reembolso por despesas com os chamados canais adultos. Após a publicação neste site, a reportagem foi divulgada no Facebook com a reprodução de uma das faturas da TV a cabo e uma sinopse, além do respectivo link para os leitores acessarem a reportagem completo.
As faturas que embasam a reportagem do Congresso em Foco estão no portal da própria Câmara dos Deputados. São, portanto, documentos públicos que dizem respeito à utilização do dinheiro dos contribuintes brasileiras. A censura ocorreu na tarde da última sexta-feira (29). Imediatamente, a nossa redação entrou em contato com assessoria de imprensa do Facebook no Brasil em busca de explicações para o fato.
Essas explicações não foram fornecidas até este momento. A assessoria de imprensa da empresa alega que o retorno é demorado porque o caso foi enviado para a matriz do Facebook, que fica nos Estados Unidos. O que, evidentemente, aumenta as inquietações deste Congresso em Foco: então, decide-se nos Estados Unidos aquilo que os cidadãos do Brasil devem ler ou não a respeito dos atos dos seus deputados federais ou dos gastos do Poder Legislativo?
No aviso sobre a exclusão, o Facebook se limitou a dizer que a publicação não seguia os “padrões da comunidade Facebook”. De acordo com a lista de “padrões”,  “violência e ameaças”, “discurso de ódio” e “nudez”, entre outros, não  são aceitáveis.
Como o caso não se enquadra em nenhuma dessas situações, o Congresso em Focoespera que o mal-entendido se desfaça e o post seja republicado, juntamente com as centenas de comentários e milhares de visualizações, compartilhamentos e likes que ele gerou.
De acordo com a legislação em vigor, a cota parlamentar deve ser usada exclusivamente para arcar com despesas relativas ao exercício da atividade parlamentar de deputados e senadores.
Foi o ativista digital Lúcio Big, também colunista do Congresso em Foco, quem descobriu o uso indevido da cota parlamentar pelos três deputados. Lúcio, que é comerciante em Brasília, criou a Operação Política Supervisionada (OPS) e mantém umcanal no YouTube para fiscalizar como autoridades – sobretudo , políticos – usam os recursos financeiros recolhidos pela população.
Congresso em Foco – UOL

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