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segunda-feira, 27 de abril de 2020

COVID-19 E O RISCO DO COLAPSO NO RN: Secretário faz apelo à população para ficar em casa e alerta que “casos estão indo para a periferia” e “não reduzem na classe média”



Fotos: Elisa Elsie
O fim de semana foi de pressão por leitos e de ocorrências de casos suspeitos de Covid-19. A informação foi prestada pelo secretário adjunto de Saúde do Governo do RN, médico Petrônio Spinelli, em entrevista coletiva aos veículos de comunicação na manhã desta segunda-feira (27). Mais uma vez, Spinelli insistiu na necessidade de pelo menos 60% da população ficar em casa e tomar as medidas de proteção. “As pessoas devem ficar em isolamento e todos devem usar máscara. Ficar em fila sem máscara é inaceitável. A situação é grave, e, afirmamos publicamente, o sistema pode, sim, entrar em colapso rapidamente”.
O RN possui hoje 137 pessoas internadas em consequência da Covid-19. Deste total, 77 estão em leitos de UTI nas redes pública e privada. A taxa de ocupação de leitos nos hospitais da rede estadual hoje é de 39,5%. São pacientes internados em UTI, com e sem respiradores. Acerca da doença há 4.122 casos suspeitos, 832 confirmados, 2.966 descartados em 57 municípios e notificações em 155 municípios. Outros 289 estão recuperados, 45 foram a óbito e há 7 mortes em investigação.
Analisando as ocorrências, Spinelli explicou que hoje 80% dos casos atingem pessoas com mais de 80 anos. Antes a média de idade era de 60 anos. “Isso significa que a pandemia volta aos idosos. E que ela está chegando aos bairros onde residem as pessoas que dispõem de menos recursos para se proteger. É uma situação grave e preocupante por que os casos estão indo para a periferia, mas não reduzem na classe média”, observou.
O combate à Covid-19 precisa ter o protagonismo de toda a sociedade, das pessoas individualmente e das empresas enquanto instituições. “As pessoas devem se comportar para reduzir a contaminação e isso se faz ficando em casa, saindo apenas em casos extremamente necessários, sempre protegido com máscara e observando o distanciamento social”, completou o secretário adjunto de Saúde.
Previstas nos decretos estaduais, as empresas devem cumprir as medidas protetivas, fornecer equipamentos aos colaboradores, assegurar a higienização constante. Os estabelecimentos comerciais também devem evitar grandes aglomerações. “Algumas empresas estão fazendo propaganda orientando a população corretamente. Mas outras estão fazendo como se estivesse tudo normal e anunciando promoções que estimulam aglomerações. Isso destoa do acordo feito para as medidas do decreto, que permite o funcionamento de alguns setores. Este momento é de fazer valer o isolamento de 60% das pessoas. A população precisa tomar esta consciência”, alertou Petrônio.
Neste final de semana, a Sesap deu continuidade aos trabalhos para que o Hospital Giselda Trigueiro funcione plenamente com 25 leitos, na instalação dos dez leitos de UTI do Hospital Pedro Germano da Polícia Militar, dos 20 leitos de UTI no João Machado, em Natal e em Mossoró, com os leitos de UTI no Hospital São Luiz em parceria com a Prefeitura.
Termo de Ajustamento de Conduta
O Governo do RN desde o início do combate à pandemia vem atuando em parceria com os poderes Judiciário e Legislativo, órgãos de fiscalização e com o setor privado. “Temos um grave problema que é a pandemia. O Governo do Estado dá ênfase na estratégia de compras aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. E a administração estadual faz o monitoramento em tempo real das aquisições e contratos através da Control. Tudo com total transparência, assim como também são as chamadas públicas”, pontuou a assessora jurídica do Governo do RN, Luciana Daltro de Pádua Castro.
Ela citou o termo de ajuste de conduta firmado com a Liga Norte-Rio-Grandense Contra o Câncer para ofertar até 60 novos leitos de UTI e enfermarias para os casos de Covid-19: “Essa parceria com a Liga vai salvar mais vidas. E foi pactuada entre o Governo do RN, a Liga, o Ministério Público Estadual (MPE), o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Trabalho no RN (MPTRN)”.

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