Marcado em uma rede social e a confirmação de presença de mais de 8.000 participantes na praia de Ipanema, na zona sul do Rio, o “Toplessaço”, que propunha um ato para a liberação do topless na praia, reuniu mais homens do que ativistas – foram cerca de cem curiosos e cinco mulheres que ficaram seminuas.
Apesar do dia nublado, a baixa adesão segundo as ativistas se deve ao machismo existente. “Na própria página do evento muitos homens entraram para ofender o protesto o que deve ter gerado desmotivação”, afirmou a atriz Tatiana Henrique.
O ato foi organizado na internet pela produtora teatral Ana Rios, que não foi vista no local.
A cineasta Ana Paula Nogueira, 34, foi a primeira a realizar o topless. “O Rio de Janeiro irá sediar a Copa, as Olimpíadas. Tem que se modernizar também em termos de liberdade”.
A estudante de Ciências Sociais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Carolina Jordão, 19, disse ter se sentido reprimida ao tirar a parte de cima do biquíni.
“Esses homens estão me seguindo, tirando fotos. Queria entender o motivo do meu peito ser algo mais exótico que um peito de um homem. Esse é o corpo humano, é algo natural”, disse ao tentar andar pela areia para se desvincular dos curiosos. Em protesto, escreveu com tinta no corpo “Liberdade ofende”.
Um dos curiosos era o músico Rodrigo dos Santos, 18. Ele disse que apoia o ato, mas não deixaria uma namorada fazer o mesmo. “Minha mulher não. Mesmo se eu pudesse tirar toda a minha roupa na praia, ela não poderia”.
O tom machista acompanhou o evento, com gritos de “tira, tira, tira” e até os vendedores de mate fizeram uma promoção relâmpago ao anunciarem “quem mostrar o peitinho ganha mate”. Já outros foram apoiar o topless coletivo com círculos desenhados no peito simulando seios, mas era a minoria.
De acordo com os tenentes Diogo Ramos e Paulo Oliveira da Polícia Militar que acompanham o evento, alguns policiais infiltrados acompanharam o protesto para garantir a segurança das participantes. “Não houve atos de violência para intervenção. O que ocorreu é que esses homens cercaram as mulheres por ser algo inusitado por ter sido marcado. Mas, durante dias de sol forte há mais mulheres fazendo do que hoje”, disse Oliveira.
Folha
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