Aterrorizados com os cerca de 860 assaltos a ônibus registrados na Região Metropolitana de Natal registrados somente neste ano, 25% dos operadores de transporte público urbano estão afastados de suas atividades por temor e estresse traumático. O número já representa um aumento de 80,85% do total notificado no ano passado, quando foram contabilizados 470 crimes.
Segundo o diretor do Sintro/RN, Oswaldo Furtado, somente este ano, cinco operadores, entre motoristas e cobradores, foram atacados a golpes de faca-peixeira durante abordagens criminosas e, pelo menos um deles continua em tratamento médico após ter sido gravemente esfaqueado há alguns meses.
De acordo com ele, do total de 6,5 mil trabalhadores, cerca de 1.625 estão afastados hoje por temor à crescente violência contra a categoria ou intenso estresse pós-trauma. Ele citou como exemplo o caso do ladrão que esfaqueou o operador no semestre passado e que foi preso no mês passado, mas liberado logo em seguida, por já ter passado o flagrante.
O fato é corroborado pelo juiz da Infância e da Juventude de Natal, Homero Lechner, que há alguns meses revelou que aproximadamente 40% dos assaltos contra ônibus registrados somente em Natal eram cometidos por jovens menores de idade. Na ocasião, ele explicou que o perfil dos atos infracionais havia mudado nos últimos dez anos e que a presença e o consumo de drogas cada vez mais viciantes e destruidoras, como o crack, era um dos motivos para esse percentual tão alto.
Antes, os assaltos a ônibus eram concentrados à noite em locais ermos. Hoje, a realidade mudou profundamente, conforme Oswaldo Furtado, e já não há mais hora ou lugares para acontecerem os ataques. Na última quarta-feira, operadores e passageiros que estavam em um terminal de transporte público no bairro Cidade da Esperança foram atacados por dois homens que chegaram em uma carroça e fugiram levando celulares e objetos pessoais das vítimas. O crime aconteceu por volta das 5h da manhã, quando as vítimas aguardavam a abertura do terminal.
Contrariando a reclamação dos operadores, o comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, disse que a corporação aumentou o número de homens nas ruas e corredores da Região Metropolitana, para coibir os crimes neste período do ano, quando há um maior fluxo de pessoas usando transporte público.
Com informações do Jornal de Hoje
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