A tendência de realizar cada vez mais transações financeiras por meio eletrônico, incluindo compras com cartões de crédito e de débito e saques em terminais bancários, é diretamente proporcional ao aumento de fraudes e delitos relacionados a esses tipos de operações. Entre as modalidades criminosas mais comuns, a clonagem de cartão figura em posição de destaque. Em recente levantamento divulgado pela ClearSale, empresa responsável por monitorar cerca de 80% do comércio eletrônico no Brasil, o Rio Grande do Norte está entre os 10 estados que mais sofrem fraudes virtuais no país.
Alex RégisA clonagem de cartões ou utilização de dados no mercado virtual é a fraude mais utilizada no RN
A pesquisa é relativa ao primeiro semestre de 2012 e os números apontam que 5,19% de toda a movimentação no RN houve fraude ou tentativa de fraude. No relatório apresentado o Ceará aparece em primeiro lugar com 8,18%; Bahia vem em segundo com 7%; seguidos por Maranhão 6,71%, Distrito Federal 6,27% e Pernambuco, onde 6,22% das transações financeiras por meio eletrônico são falsas. "Há uma carência grande na fiscalização desse tipo de negócio na região Nordeste", verifica Kelly Souza, da assessoria de imprensa da ClearSale. "Na lista dos dez estados com os maiores índices de fraudes eletrônicas, sete são nordestinos".
"Esse tipo de crime é extremamente lucrativo, e há muitas quadrilhas com ramificações interestaduais atuando no RN", disse Érico César, chefe de investigação no Núcleo de Investigação dos Crimes de Alta Tecnologia da Polícia Civil do RN. A questão é que, com a popularização dos cartões, o problema tende a se agravar.
"Cartão é melhor que assalto, o criminoso faz compras e se não der certo descarta e pronto", destacou Gilberto Fernando Maciel da Silva, chefe de investigação da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD). "Mas estamos fazendo um trabalho sério, inclusive junto às administradoras de cartões de crédito, para evitar esse tipo de crime", salienta o chefe de investigações da DEFD.
As ocorrências que envolvem falsificação, clonagem e troca de cartões chegam a 20% do volume total de registros da Defraudações, a maior entre as especificidades registradas na delegacia, que só abre inquérito para investigar fraudes acima de 30 salários mínimos - ou R$ 18,66 mil. "Esse valor serve como uma espécie de filtro, se fôssemos investigar todos os casos, esse índice seria bem maior", garante Gilberto.
O Boletim de Ocorrência, independente do valor, deve ser lavrado em qualquer delegacia. O cliente lesado pode procurar, além da polícia, o banco e/ou a administradora que emitiu o cartão e a loja onde a compra foi feita.
Dicas
As recomendações mais comuns para evitar ser vítima de crimes virtuais ou clonagem de cartão são:
. desconfiar de mensagens suspeitas (bancos e Receita Federal, por exemplo, não enviam e-mails pedindo informações);
. utilizar caixas eletrônicos em locais de grande circulação, de preferência nos terminais instalados nas próprias agências bancárias;
. não informar dados bancários e senhas por telefone;
. quando realizar compras por telefone com cartão de crédito, dar preferência para empresas com experiência de mercado;
. guardar comprovantes de compras e ficar atento a qualquer cobrança indevida, por menor que seja, no extrato;
. assinar serviços oferecidos pelas administradoras de cartões de crédito, como envio de mensagens eletrônicas para celular a cada compra entre outros que garantem o cancelamento de compras indevidas.
fonte: tribuna do norte
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