Parqueeólico no município de Parazinho (foto:Ricardo)
Todos estes dados constam da reportagem “Nordeste é a nova fronteira elétrica”, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no último domingo (11/1). A reportagem trata do impacto da energia eólica na economia do Nordeste, com destaque especial para São Miguel do Gostoso, Parazinho e João Câmara.
Segundo a reportagem, até 2023, 60% da matriz de geração de energia da região Nordeste será de fontes alternativas como eólica e solar. Juntas, as usinas vão somar 22 mil megawatts (MW), o que representa mais que o dobro da atual capacidade hídrica da região (10,8 mim MW).
Com estes 22 mil MW de energia alternativa, o Nordeste será responsável por quase a metade da geração deste tipo de energia – também conhecida por energia limpa – gerada em todo o Brasil. O Nordeste já conta com 192 parques eólicos instalados, com capacidade de 4.522 MW.
Outros 362 parques estão sendo instalados, com capacidade de mais 9.292 MW de energia.
Até 2021, a energia eólica será a segunda fonte de energia do país. O Rio Grande do Norte lidera a produção eólica no Brasil, com 73 parques já instalados (2.062 MW) e outros 93 em implantação (2.430 MW).
A energia eólica traz riqueza para o Nordeste. Lembre-se que, enquanto municípios como São Miguel do Gostoso têm seu PIB crescendo em 86% nos últimos anos, a economia do Brasil cresce a pouco mais de 1% ao ano.
O mais importante da chegada da energia eólica do Nordeste é que ela está sendo instalada em áreas pouco desenvolvidas, trazendo benefícios e melhoria de renda para a população. A energia eólica é ainda uma forte fonte de empregos na fase de implantação dos parques. Mas há outras formas de geração de renda.
Uma delas é o arrendamento de propriedades, grandes e pequenas, para a implantação de torres de aerogeradores. A reportagem de O Estado de S. Paulocita o caso de várias famílias pobres que, de uma hora para outra, passaram a ter uma renda generosa para os padrões da região.
É que os parques eólicos nem sempre são implantados em grandes propriedades. Muitas famílias arrendam pequenos trechos de terras para a implantação das torres. Dependendo do critério adotado em contrato, cada família chega a receber em média R$ 1.000 por mês por cada torre instalada.
E há muitas outras fontes de geração de renda provenientes da energia eólica. Moradores de municípios em que parques eólicos estão instalados passaram a ter renda com alugueis de casas e fornecimento de comida para trabalhadores dos parques eólicos.
São Miguel do Gostoso é um destes casos. A cidade conta com centenas de casas alugadas e restaurantes feitos exclusivamente para trabalhadores de eólicas. Além disso, o comércio local, em especial supermercados, está vendendo mais, e pousadas hospedam engenheiros e técnicos que trabalham nos parques.
E há outra vantagem de São Miguel do Gostoso em relação a municípios vizinhos que também produzem energia eólica. Por causa da boa estrutura hoteleira da cidade, ela hospeda engenheiros e técnicos que trabalham em outros municípios. Segundo a reportagem, São Miguel do Gostoso acaba sendo uma espécie de “cidade dormitório” para engenheiros e técnicos de outros municípios. E isso é muito bom para a economia da cidade.
(Emanuel Neri)
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