Dra. Jarliane, Marcia, Dona Marta e Dep. Federal Benes Leocadio
Dra. Jarliane, Marcia, Dona Marta e Dep. Federal Benes Leocadio
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A vitima fatal foi o homem de camisa preta |
Foto: Pedro França/MinC
A 13ª Vara Federal de Curitiba derrubou nesta terça-feira (2) o mandado de prisão preventiva que Sergio Moro expediu contra Sérgio Cabral em 2016, quando o hoje senador era o juiz da Operação Lava Jato, informa O Globo.
O juiz Eduardo Appio, que herdou os processos da Lava Jato no Paraná, atendeu a pedido da defesa do ex-governador do Rio. Appio alegou que seu antecessor foi parcial na condução do caso relativo a Cabral e, por isso, anulou todas as decisões tomadas contra o ex-governador.
Entre os atos anulados está uma condenação de Cabral a 14 anos de prisão dada por Moro em 2017. Com a decisão do novo juiz da Lava Jato, toda a tramitação do processo voltará à estaca zero.
O ex-governador, no entanto, ainda tem contra si uma ordem de prisão expedida pelo TRF-2.
O Antagonista
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Arthur Lira tomou nesta terça-feira (2) uma decisão regimental que, na prática, barra a participação do Novo na CPMI do 8 de Janeiro na Câmara e, assim, dá mais uma cadeira para o PT, informa a Folha.
O presidente da Câmara alegou que o partido de oposição, por não ter atingido a cláusula de barreira nas últimas eleições —em 2022, o Novo elegeu apenas três deputados federais—, não tem direito a uma liderança na Casa, mas só a uma representação partidária.
Com isso, o Novo não entra no cálculo de proporcionalidade partidária para compor a CPI. O colegiado tem 32 titulares, e o governo Lula calcula que terá nele de 20 a 22 parlamentares aliados.
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) disse ao jornal paulistano que desconhece a decisão de Lira e prometeu insistir na participação na CPI. “Não conheço a decisão, mas é totalmente equivocada. Sim, eu iria [para a CPI]. Iria não, irei. Não tem cabimento, é direito líquido e certo.”
O Antagonista
Foto: Magnus Nascimento
Um levantamento da Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) mostra números preocupantes no trânsito em Natal. Segundo dados da pasta responsável pela gestão e monitoramento das vias na capital potiguar, 23 motociclistas morreram em 2022 em colisões e quedas, o que representa um aumento de 9,5% em comparação ao número registrado em 2021, quando 21 motociclistas morreram no trânsito.
No registro acumulativo, 82 motociclistas morreram entre 2019 e 2023. Na manhã de terça (2), a STTU iniciou a campanha “No trânsito, escolha a vida”, com o objetivo de diminuir o número de acidentes nas vias natalenses. A ação inaugural do movimento ocorreu entre as avenidas Nevaldo Rocha e Salgado Filho, no shopping Midway Mall.
A maioria dos acidentes de trânsito registrados nas últimas semanas envolvem motociclistas. Ainda de acordo com dados da pasta, a avenida Doutor João Medeiros Filho, uma das principais vias da zona Norte da capital, é a que possui a maior quantidade de óbitos registrados, com 15 ocorrências. Em segundo e terceiro lugar entre as vias locais, a Ponte Newton Navarro e a Avenida Engenheiro Roberto Freire registraram 8 e 6 mortes, respectivamente.
Nos últimos 4 anos, 189 pessoas morreram devido à mesma situação, e destes, 157 eram homens.
Foto: Reprodução
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso, na manhã desta quarta-feira (3), durante uma operação da Polícia Federal.
A corporação investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Investigação
A inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado. As pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.
A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas” e “sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.
Os fatos são investigados dentro de um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF).
g1
Foto: Reprodução
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania elaborou uma nota técnica em que recomenda o início do julgamento pela cassação do deputado federal Nikolas Ferreira por transfobia.
Assinado pelo ministro Silvio Almeida, o documento cita o discurso em que o parlamentar, no Dia Internacional da Mulher, usa uma peruca e fala sobre as mulheres transexuais.
Para o ministério, a conduta do deputado é passível de “responsabilização criminal”. A nota descreve ainda a fala como uma “transfobia recreativa, discurso de ódio e violência política de gênero”.
Segundo a pasta, o comunicado será enviado também para o Conselho Nacional do Ministério Público, à Polícia Federal, ao Conselho Nacional de Justiça, à Defensoria Pública da União, aos representantes do Poder Legislativo e aos representantes das empresas de plataformas digitais com atuação no território.
Durante sessão no plenário em 8 de março, Nikolas discursou usando uma peruca e afirmou ser uma mulher.
“A esquerda disse que eu não poderia falar, porque eu não estava no meu local de fala. Então, eu solucionei esse problema aqui”, afirmou. “Hoje, eu me sinto mulher, deputada Nikole”.
O Antagonista
Foto: Adriano Abreu
A temporada está sendo boa para equipe do ABC, com boas participações na Copa do Nordeste, Copa do Brasil e no Estadual, onde é um dos finalistas, mas a cereja do bolo para o clube em 2023 é a reestreia na Série B do Brasilero, que vai ocorrer hoje, às 15h30, contra o Londrina, no estádio do Café.
A equipe potiguar terá um adversário totalmente reformulado em campo e, justamente por isso, confia na obtenção de um resultado positivo.
Com a meta de brigar na parte de cima da tabela, o clube potiguar sabe que não poderá desperdiçar oportunidades de trazer pontos fora de casa. E justamente nas rodadas iniciais, quando a maior parte dos clubes estarão lutando para readaptar as equipes, acomodando alguns reforços, que Fernando Marchiori pretende usar a força do entrosamento do grupo que vem atuando junto, em sua maior parte, desde o início da temporada para conquistar o maior número de vitórias possível.
A maior preocupação é administrar o cansaço provocado pelo confronto contra o Grêmio, pela Copa do Brasil. Embora tenha sido realizado no Frasqueirão, o grupo alvinegro teve pouco tempo para recuperação, uma vez que atuou na quinta, se reapresentou na sexta e viajou para a capital paranaense.
Foto: Reprodução
O serviço notarial no Brasil bateu em 2022 seu recorde de receita: R$ 25,9 bilhões. É o maior valor da série histórica iniciada em 2013. Os dados são da plataforma Justiça Aberta do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O montante anual arrecadado pelos cartórios supera o reservado no Orçamento neste ano para a maioria dos ministérios do governo Federal. Está acima do dinheiro disponível para o Ministério da Fazenda (R$ 25,7 bilhões), o dos Transportes (R$ 24,5 bilhões) e o das Cidades (R$ 23,1 bilhões).
O valor também iguala o destinado pelo Orçamento à Justiça do Trabalho (R$ 26 bilhões) e supera a previsão orçamentária da Justiça Federal (R$ 15,5 bilhões).
A rentabilidade dos cartórios também supera a receita de quase todas as cidades brasileiras.
Excluindo-se São Paulo (R$ 76,7 bilhões de receitas em 2021) e Rio de Janeiro (R$ 37,5 bilhões), todas as outras capitais arrecadam menos em 1 ano do que os cartórios.
Poder360
Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS
O número de empresas que pediram falência ou solicitaram à Justiça proteção para renegociar dívidas disparou nos primeiros três meses deste ano. Foram registrados 255 pedidos de falência ante 177 no mesmo período de 2022, um aumento de 44%. Já o número de recuperação judicial saltou de 210 para 289, alta de 37,6%.
Os dados são do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. A onda afeta empresas de todos os portes, mas as micro e pequenas respondem pela maior parte desses pedidos, com 181 solicitações no primeiro trimestre. Em seguida, aparecem as médias empresas, que tiveram 73 solicitaçõe, e as grande, com 35.
“Com o agravamento da inadimplência das empresas, que cresce desde setembro de 2021, era inevitável que elas chegassem neste patamar de pedidos de recuperação judicial. Ainda que a curva de crescimento do atraso nos compromissos financeiros das companhias desacelere, é possível que a insolvência das empresas continue crescendo”, avalia o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Entre os setores, os negócios de serviço foram os que mais puxaram as recuperações judiciais, seguidos pela indústria, comércio e primário.
Os juros altos (Selic de 13,75%, a maior desde 2017), o crédito mais caro, além da inflação pressionada e consumo fraco, estão entre os principais motivos. O endurecimento dos bancos com prazos e taxas pode ainda aumentar esse número.
Empresas tradicionais
Empresas tradicionais têm enfretado o esgotamento financeiro. A Americanas, em um caso particular de problemas nos balanços, entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro deste ano, após revelar rombo contábil de cerca de R$ 20 bilhões.
A Marisa, do setor de vestuário, optou por reescalonar a dívida de R$ 600 milhões fora do âmbito judicial. A DOK Calçados, dona da Ortopé, entrou com o pedido de proteção judicial contra seus credores.
Em fevereiro, a Pan Produtos Alimentícios, em recuperação judicial desde 2021, com dívidas de R$ 260 milhões, por exemplo, pediu a autofalência.
Outro exemplo foi a Livraria Cultura, que não conseguiu honrar as dívidas previstas no plano de recuperação judicial e teve a falência decretada pela Justiça no começo de fevereiro. Mas uma liminar reverteu a falência da companhia.
Na última quinta-feira (13), a Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, dono das marcas de cerveja Itaipava, Crystal e Petra. A empresa tem dívidas que estavam estimadas em R$ 4,2 bilhões e havia feito o pedido em 27 de março.
R7
Foto: CPRE
O Comando de Policiamento Rodoviário Estadual(CPRE) realizou, na noite deste sábado e madrugada deste domingo (16), a prisão em flagrante de três pessoas por se encontrarem dirigindo veículo automotor em estado de embriaguez em mais uma Operação Lei Seca.
Os pontos de bloqueio foram montados na Av. Amintas Barros e no bairro Planalto, zona oeste, culminando ainda com a autuação de 17 condutores pela mistura de álcool e direção.
O número de pessoas presas e conduzidas à delegacia pelo crime de embriaguez ao volante chega a 192 em 2023.
Com informações de Portal BO
Nos bastidores da politica de Jandaíra e no estado se aposta que o chefe de gabinete da prefeita Marina Dias Marinho venha ser o seu candidato para a suceder na prefeitura da cidade do mel, não existe nenhuma declaração publica da prefeita nem de Reginaldo Vitorino da provável pré-candidatura e candidatura do mesmo.
Mas todas as apostas são que realmente Reginaldo Vitorino será o candidato da prefeita Marina em 2024, por falar em Marina e Reginaldo a dupla do sucesso estão em Brasília pra mais uma Marcha dos Prefeitos, desde de 2017 a dupla não perdeu nenhuma edição da Marcha dos Prefeitos na capital federal.
Reginaldo só perde para a prefeita Marina em números de viagens à Brasília, só essa dupla é que tem acessos e conhecimentos nos gabinetes dos ministérios, secretarias e congresso nacional, quem tem todo o preparo em suceder a Marina Dias Marinho é o Reginaldo que já sabe os caminhos pois a prefeita ensinou e está ensinado muito bem de passagem.
Reprodução
Confira abaixo os números parciais- até as 14h:
37 suspeitos presos (sendo 1 adolescente, 4 foragidos da Justiça recapturados, 1 tornozelado preso com arma de fogo, 1 tornozelado com galão de gasolina e 1 suspeito encaminhado ao hospital)
9 armas de fogo apreendidas
1 simulacro de arma de fogo apreendido
33 artefatos explosivos apreendidos
8 Galões de Gasolina apreendidos
5 motos apreendidas
2 Carro apreendidos
Dinheiro
Drogas
Munições
Foto: Reprodução.
De acordo com a Polícia Civil, José Wilson da Silva Filho era foragido dos sistemas prisionais da Paraíba e do Rio Grande do Norte e estava escondido no bairro de Paratibe, na capital paraibana. A notícia é do G1 PB.
Segundo Luciano Augusto, delegado do Departamento de Investigação Contra o Crime Organizado no Rio Grande do Norte (DEICOR-RN), o jovem fazia parte do grupo criminosos responsável pelos ataques, e já era monitorado pelo departamento há cerca de um ano.
A polícia recebeu uma denúncia com o endereço dele, na Paraíba. Na abordagem, José Wilson trocou tiros com a polícia, foi baleado e chegou a ser socorrido para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, mas não resistiu e morreu no início da manhã. Com ele, a polícia apreendeu uma pistola e um carro.
Ele é o segundo morto em confronto com a polícia após os ataques. O primeiro foi morto no Rio Grande do Norte em um confronto na madrugada de terça-feira.
Segundo o delegado, José era um dos poucos integrantes da facção que estava em liberdade.
“Com os recentes ataques oriundos de ordens vindas do presídio, ele era um dos poucos integrantes do grupo em liberdade, e estava orquestrando o cumprimento destas ordens. Nós intensificamos a investigação contra ele e identificamos que ele atuou fornecendo armamentos, dinheiro e determinando os locais dos ataques que aconteceram nos últimos dias”, disse Luciano.
Ainda conforme o delegado, outros alvos estão sendo monitorados, mas as informações não podem ser divulgadas para não comprometer a investigação.
Por Portal 96.
Foto: Flávio Souza/Ônibus do Brasil.
A Prefeitura do Natal, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU), informa que a frota de ônibus na capital está sendo recolhida devido ao novo ataque que está ocorrendo aos veículos do sistema de transporte público de Natal. A informação foi anunciada pelo Sindicato dos Transportes Rodoviários (SINTRO).
Para permitir que a população possa realizar os deslocamentos necessários, a STTU está autorizando que os táxis, os veículos do transporte escolar e os veículos de fretamento turístico realizem lotação até que a operação dos ônibus retorne a normalidade.
Foto: Acervo do MNPCT, 2022.
Marmitas com comida estragada a ponto de o cheiro provocar náuseas. Presos em tratamento inicial de tuberculose usados como vetor de contaminação para castigar outros detentos saudáveis. Reclusão por mais de trinta dias em celas de castigo. Torturas físicas e psicológicas.
Esse é o retrato do sistema prisional do Rio Grande do Norte flagrado pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) durante inspeções realizadas em novembro de 2022.
O MNPCT é um órgão de estado, associado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, que tem como objetivo prevenir e combater a tortura, além de outros “tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes”. Foi instituído para atender o compromisso internacional assumido pelo Brasil em 2007 com a ratificação do Protocolo Facultativo à Convenção Contra Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU). O órgão colegiado é composto por peritos independentes que têm acesso a instalações de privação de liberdade, como centros de detenção, estabelecimentos penais e hospitais psiquiátricos. Observadas violações, os peritos elaboram relatórios com recomendações às autoridades competentes.
As violações constatadas nas inspeções em cinco unidades de privação de liberdade potiguares, entre elas a Penitenciária Estadual de Alcaçuz (palco da maior e mais violenta rebelião do sistema potiguar), serão publicadas em um relatório que está em fase de aprovação pela plenária do MNPCT. O Rio Grande do Norte tem 19 estabelecimentos penais.
Desde terça-feira (14), o Rio Grande do Norte sofre com uma onda de ataques que, segundo as autoridades locais, é realizada por uma facção que atua nos presídios do estado.
Na terça, o secretário de Segurança Pública do RN afirmou que os crimes são uma reação a ações policiais que apreenderam drogas e armas nos últimos 15 dias.
Mensagens que circularam nas redes sociais e são atribuídas à facção dominante no estado criticam as condições — apontadas como “degradantes” — dentro dos presídios.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública não descarta que a ordem para a onda de ataques a tiros e incêndios tenha partido de dentro de presídios. O secretário Francisco Araújo afirmou nesta quarta (15) que os ataques foram motivados por exigências de “regalias”, como aparelhos de televisão e visitas íntimas, para presos.
“Quanto pior as condições do sistema prisional, maior a violência aqui fora”, diz a antropóloga Juliana Melo, professora na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ela acompanhou de perto a rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, que deixou 27 mortos em 2017, e seus desdobramentos.
“No Rio Grande do Norte, o sistema prisional funciona a partir da prática sistemática de torturas físicas e psicológicas”, afirma Bárbara Coloniese, perita do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). “Trata-se de uma engrenagem de falta de alimentação, desassistência em saúde e superlotação”.
As inspeções foram realizadas de forma conjunta com a Defensoria Pública estadual, o Conselho Nacional de Direitos Humanos e Cidadania e com o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura. O MNPCT já havia realizado inspeções similares em unidades do estado em 2018 e em 2017, após o massacre em Alcaçuz. Coloniese integrou a equipe também em 2017.
Após a última visita, as autoridades locais foram informadas sobre a situação nas unidades inspecionadas por meio de ofícios enviados ao governo estadual e ao Ministério Público Estadual.
O g1 procurou o governo do Rio Grande do Norte e o Ministério Público Estadual por volta das 8h, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.
Violações no sistema prisional
Segundo a inspeção realizada pelo MNPCT em novembro de 2022, o quadro nas unidades visitadas é de falta de assistência de saúde. Foram encontrados casos de problemas de pele, meningite e de tuberculose, muitos sem receber os tratamentos adequados, com pessoas “escarrando sangue”.
“Nós flagramos uma situação numa cela de castigo, onde eles colocavam uma pessoa com o tratamento iniciado de tuberculose, quando ele ainda era um vetor de contaminação, dentro da cela como forma de castigo para que as outras pessoas que não tinham tuberculose fossem contaminadas”, relata Coloniese.
O quadro de saúde dos presos é agravado pela falta de alimentação adequada. De acordo com a inspeção do MNPCT, a alimentação oferecida é precária, com baixo valor nutricional — isso quando não está estragada. A falta de comida própria para consumo já vem causando um quadro de fome e emagrecimento entre os presos.
“Foi muito impressionante, porque em muitas dessas verificações o cheiro das marmitas causava náuseas, enjoo”, conta Coloniese. “Mesmo com uma máscara muito potente em relação à prevenção contra a Covid-19, eu conseguia sentir o cheiro do azedo”.
Segundo a Lei de Execução Penal, é dever do Estado brasileiro prover às pessoas sob sua custódia alimentação e instalações higiênicas, além de assistência à saúde, incluindo atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
Nas unidades visitadas, segundo a perita, havia pessoas machucadas ou com marcas de tortura em todas as celas inspecionadas.
“Percebemos também um alto nível de tortura psicológica, porque bastava os policiais mexerem na arma para eles se colocarem em posição de procedimento”, diz Coloniese.
“Procedimento” se refere a uma posição em que os presos precisam se colocar ao ouvir o comando dos policiais penitenciários: no chão, sentados, com as mãos na cabeça, um encaixado no outro. Segundo os relatos colhidos pelo MNPCT, se os presos não se colocam rapidamente na posição, são atacados com balas de borracha e gás de pimenta.
“Nunca vou esquecer o rosto daquelas pessoas. O pânico, o sofrimento, a dor, estavam estampadas escandalosamente nos rostos delas”, diz a perita.
Nas unidades inspecionadas, há ainda um problema de superlotação, com celas abrigando 40 a 60 pessoas.
Segundo a Secretaria de Estado da Administração Pública (Seap), atualmente são 7.804 presos para apenas 6.353 vagas. Um déficit de 1.451 vagas.
Histórico de problemas
A situação encontrada pelo MNPCT não é inédita. A antropóloga Juliana Melo, professora na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), acompanhou grupos de familiares de presos durante anos após o massacre de Alcaçuz, em 2017.
“Eles relatavam torturas dos mais variados tipos, como beber água sanitária, choque elétrico, ficar horas em posição de procedimento, ser obrigado a andar nu. Sem falar na humilhação dos familiares na hora de fazer a visita”, afirmou ela ao g1.
“Isso gera muita revolta no sistema e acaba transbordando para a rua, como estamos vendo agora, provocando uma espiral de violência”, diz Melo.
“Precisamos construir presídios que valorizem a dignidade humana para que essas pessoas saiam recuperadas para um convívio que, inevitavelmente, vai acontecer — já que no Brasil não temos pena de prisão perpétua. Em vez disso, nossas prisões acabam potencializando os criminosos e criando pessoas que saem de lá com ódio e vontade de se vingar”.
Ela lembra que o Brasil tem a terceira maior população carcerária no mundo e que, portanto, se os presídios brasileiros “resolvessem alguma coisa, o país seria perfeito”.
Segundo ela, para romper com essa espiral é preciso investir em educação – “a cada 10 presos”, diz Melo, “sete não tem ensino fundamental completo” e trazer dignidade para as prisões.
Por G1.