Existe um lugar de completo terror associado à imagem do Brasil no resto do mundo: suas prisões.
Se por décadas o cinema americano divulgou estereótipos assustadores de presídios e campos de trabalhos forçados “soviéticos”, ou cenas temerosas ligadas à Ásia e ao Oriente Médio (como no filme “Expresso da Meia Noite”, mostrando a Turquia), nos últimos anos é o Brasil que tem se destacado negativamente na imprensa internacional como um dos piores lugares do mundo para prisioneiros do Estado. Enquanto o Brasil se mobiliza contra a pena de morte a brasileiros na Indonésia e o mundo inteiro se choca com a exposições de prisioneiro do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), a imagem do Brasil também está sendo regularmente manchada por conta da violência dos presídios do país.

Reportagens publicadas em alguns dos principais veículos de comunicação do mundo mostram o terror das prisões brasileiras. “Bem-vindo à Idade Média”, dizia o título da revista “The Economist” em janeiro do ano passado, descrevendo os presídios brasileiros como lugares infernais (leia o texto, em inglês). “A punição ainda é vista pela sociedade brasileira como uma forma de vingança”, explicava o site da rede Al Jazeera sobre a barbaridade dessas prisões em dezembro do ano passado.


Uma das histórias mais populares no jornalismo internacional neste começo de ano fala sobre o caso da fuga quase cinematográfica de presos brasileiros usando a ajuda de mulheres, que “seduziram” e distraíram os guardas enquanto os criminosos saíam da cadeia.
Reportagens sobre o caso foram publicadas mais de uma centena de vezes, dos EUA à China, passando por Rússia, França, Japão em quase todos os idiomas. Boa parte das publicações usaram o caso para fazer piada com o Brasil, falando em “festa”, “sexo” e “orgias” na prisão (veja reportagem da rede CNN sobre o caso).
A crítica internacional e a imagem negativa associada às prisões brasileiras mancham a forma como o país é visto no resto do mundo e fazem com que questões de direitos humanos como estas deixem de ser apenas do interesse de grupos ligados à sua defesa. Garantir a integridade de prisioneiros do Estado é algo que é regularmente cobrado de países que querem ter relevâcia no cenário internacional – inclusive países que querem opinar a respeito como presos são tratados em outras localidades, como a Indonésia.
Terra
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