O Rio Grande do Norte está entre os dez estados que detêm o maior número de notificações de dengue, segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados ontem pelo ministro Alexandre Padilha. Natal é o sétimo município com registros da doença.
Adriano Abreu
Apesar da queda no número de mortes causadas pela dengue, dados apontam que o número de casos notificados no RN ainda é alto
O número de óbitos causados pela doença no Estado caiu 67%, nos quatro primeiros meses de 2012, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2011, entre janeiro e abril, foram registrados nove óbitos. Em 2012, no mesmo período, ocorreram três mortes no Estado
Segundo a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica do Estado, Juliana Araújo, o Rio Grande do Norte tem característica endêmica da doença desde o ano de 2007. Em períodos variáveis, geralmente de dois em dois anos, o número de casos de dengue fica acima do padrão comum de diagnósticos.
Ainda de acordo com Juliana Araújo, isso se dá por questões climáticas que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, e também por fatores culturais que dizem respeito à prevenção, por parte da população, quanto ao aparecimento das larvas.
Os repasses de larvicidas e inseticidas pelo Ministério da Saúde são feitos de acordo com a necessidade de cada município, após estudo realizado pela coordenação epidemiológica estadual para mensurar a necessidade de cada um deles. Mas Juliana Araújo alerta que a utilização dos químicos deve ser a última das opções, porque eles podem interferir em outras biodiversidades que não a do mosquito da dengue.
O balanço do Ministério da Saúde aponta um dado positivo: os números de óbitos vêm caindo com relação ao mesmo período de 2010, com 84% a menos de mortes por dengue. Há dois anos foram registradas, em todo o país, 467 mortes pela doença entre janeiro e abril. Já no primeiro quadrimestre deste ano o número caiu para 74 óbitos.
O balanço da dengue em 2012 revela outros índices positivos no combate à doença. Houve diminuição de 91% nos casos graves da doença, que passaram de 11.845 em 2010, para 1.083 registros em 2012. Já o número total de casos teve retração de 58% - foram 286.011 casos da doença em 2012, contra 682.130 em 2010.
Este quadro positivo se deve, segundo o ministro, ao conjunto de ações do Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios. Exemplo disso é o repasse de R$ 92 milhões a 1.158 municípios, como adicional de 20% aos recursos regulares, com foco na qualificação das ações de prevenção e controle.
"Esses resultados expressivos só reforçam o trabalho do ministério em parceria com os municípios e as secretarias estaduais nas ações no período fora da epidemia, que foram pactuados no ano passado", analisou Padilha.
O repasse de verba garantiu também o abastecimento regular aos estados e municípios de insumos estratégicos como os kits de diagnóstico e aquisição de inseticidas para o controle do mosquito Aedes aegypti. Foram adquiridos cerca de sete mil kits suficientes para 640 mil exames, 2,5 milhões de quilos de larvicidas e 350 mil litros de adulticidas (fumacê).
O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, informou ainda que as equipes das Secretarias de Atenção à Saúde (SAS) e de Vigilância em Saúde visitaram as regiões do país prestando assessoria técnica e as devidas orientações.
Quadro atual
Dez estados concentram 81,6% (233.488) dos casos notificados em 2012 - Rio de Janeiro (80.160), Bahia (28.154), Pernambuco (27.393), São Paulo (19.670), Ceará (17.205), Minas Gerais (14.006), Mato Grosso (13.802), Tocantins (11.589), Pará (11.223) e Rio Grande do Norte (10.286).
Já os dez municípios com o maior número de casos no período foram: Rio de Janeiro (64.675), Fortaleza (10.156), Recife (6.343), Palmas (4.706), Cuiabá (4.460), Goiânia (4.128), Natal (3.779), Itabuna (3.088), Aparecida de Goiânia (3.022) e Teresina (3.000).
CIRCULAÇÃO VIRAL - No país, circulam quatro tipos de vírus da dengue. Em 2012, os tipos DENV 1 e DENV 4 foram os mais comuns, com 59,3% e 36,4%, respectivamente. Foram avaliadas 2.098 amostras positivas. Na região Nordeste registrou-se 81,5% de predomínio do DENV 4.
fonte: tribuna do norte
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