Euripedes Dias

sábado, 19 de maio de 2012

Desembargador processa Alcides Fernandes por calúnia


O desembargador Expedito Ferreira de Souza entrou na Justiça contra o empresário Alcides Fernandes Barbosa alegando calúnia. O processo de número 0117970-69.2012.8.20.0001 foi recebido ontem na 4ª Vara Criminal da Comarca de Natal. O desembargador é citado por Alcides em depoimento da delação premiada ao Ministério Público Estadual. De acordo com o empresário paulista, Expedito Ferreira teria recebido R$ 50 mil mensalmente para facilitar a manutenção das fraudes no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), onde o filho, Érico Vallério, era diretor-geral. As supostas fraudes no Detran são investigadas pelo MPE e motivaram a deflagração da operação Sinal Fechado.
Emanuel AmaralDesembargador Expedito Ferreira entrou com ação contra o lobista Alcides  Barbosa, por ter sido citado em depoimento dado ao Ministério Público
Após a divulgação dos vídeos da delação premiada, o desembargador foi procurado pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE e se limitou a dizer que as “medidas judiciais cabíveis serão tomadas”. Uma semana depois, a declaração se concretizou com a petição registrada na Justiça. As informações disponíveis virtualmente no website do Tribunal de Justiça não permitem visualizar detalhes do pedido de condenação de Alcides por calúnia. O juiz Raimundo Carlyle, da 4ª Vara Criminal, é quem decidirá sobre o conteúdo da petição.
Entenda o caso
Os controladores do Consórcio Inspar estavam dispostos a ampliar a compra de apoio ao projeto de inspeção veicular, estabelecido de forma fraudulenta no governo Wilma de Faria/Iberê Ferreira de Souza, estendendo-se também para a administração do governo Rosalba. A peça chave do esquema dentro do Detran/RN seria Marcus Vinícius Furtado da Cunha, que ocupava o cargo de procurador-geral do Departamento Estadual de Trânsito. George Olímpio tentou sustentar Marcus Vinícius Furtado da Cunha, mesmo com a mudança da direção geral do órgão. As tentativas, porém, não teriam progredido, mas de acordo com o depoimento de Alcides Fernandes Barbosa iniciou-se um outro esquema de pagamentos envolvendo o novo diretor da autarquia, Érico Vallério Ferreira de Souza e o pai dele, o desembargador Expedito Ferreira.
Na delação premiada, Alcides afirmou que as negociações entre George Olímpio e Érico Vallério se deram no escritório da Construtora Montana, pertencente a Gilmar Lopes, sócio da Inspar e, segundo Alcides, amigo íntimo do desembargador. Gilmar teria se encontrado com Expedito Ferreira no gabinete do Tribunal de Justiça. Na ocasião, o desembargador teria alertado o dono da Montana sobre os percentuais que seriam distribuídos a Wilma de Faria, João Faustino e Iberê Ferreira quando as inspeções fossem iniciadas.
Gilmar se sentiu enganado por George Olímpio e o questionou por quais motivos ele teria feito aquela divisão. “O Gilmar disse que não tinha mais condições de falar com Expedito por causa das mentiras relacionadas aos percentuais”, disse Alcides Barbosa. George Olímpio teria solicitado a intermediação de Gilmar com Expedito Ferreira por eles serem e amigos e, com isto, facilitar uma aproximação com Érico Vallério, o escolhido por Rosalba Ciarlini para assumir o Detran em seu mandato. A aproximação ocorreu. O funcionamento da Central de Registro de Contratos e a inspeção veicular foram mantidos. Seria por esta suposta “ajuda” que Expedito Ferreira receberia os R$ 50 mil/mensais.

Fonte: Tribuna do Norte

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