“Tudo começa pelo respeito”. Esse é o mote principal de um filme que a Globo começa a exibir no próximo dia 27, marcando o lançamento do que ela chama de uma “plataforma de mobilização social” contra o preconceito e a discriminação e em defesa da diversidade.
O lançamento aproveita o barulho causado esta semana pela novela “Liberdade, Liberdade”, que exibiu, pela primeira vez na TV aberta, uma cena de sexo entre dois homens. “Buscamos sinergia com a grade de programação e, neste caso, é uma super oportunidade”, diz ao UOL Beatriz Azeredo, diretora de responsabilidade social da Globo.
O primeiro filme vai abordar assédio sexual, violência, racismo e homofobia. A campanha é feita em parceria com Unesco, Unicef, Unaids e ONU Mulheres.
Que fique claro: Mario Teixeira, autor da novela, não escreveu a trama sobre o envolvimento de Tolentino (Ricardo Pereira) e Andre (Caio Blat) a pedido da área de responsabilidade social. Mas está ajudando a promover a campanha, como fez no início da semana no “Encontro com Fátima Bernardes”.
Em outras novelas, porém, sugestões foram acatadas e, de alguma forma, provocaram mudanças nas tramas. Beatriz Azeredo cita quatro exemplos recentes. Em todos os casos, os autores e diretores foram consultados e se mostraram receptivos à ajuda.
Cheias de Charme: Ao saber do tema da novela, antes da estreia, a área de responsabilidade social promoveu um fórum com os autores e representantes do movimento de trabalhadores domésticos, advogados etc. Os temas discutidos serviram de subsídio para Filipe Miguez e Izabel de Oliveira e apareceram em diferentes situações da novela.
Velho Chico: A Globo assinou um termo de parceria com a Conservação Internacional, uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é “trabalhar para garantir um planeta saudável e produtivo para todos”. A ONG atualiza os autores, Benedito Ruy Barbosa e Bruno Luperi, e o diretor Luiz Fernando Carvalho a respeito dos temas de meio ambiente, um dos aspectos principais da novela.
Malhação: Como a atual temporada envolve duas escolas públicas, uma boa e outra em mau estado, a emissora promoveu um fórum com alunos, professores, diretores e ex-secretários de Educação destinado a dar subsídios ao autor, Emanuel Jacobina.
Malhação 2: A área de responsabilidade social apresentou Jacobina ao trabalho da Unaids, o programa das Nações Unidas de combate a Aids. Deste encontro, nasceu a decisão de incluir na história da novela um casal no qual o garoto, Henrique (Thales Cavalcanti), é HIV positivo (já nasceu com o vírus) e sua namorada, Camila (Manuela Llerena), não é infectada. Um vídeo incentivando a testagem dos jovens foi veiculado e uma websérie, “Eu Só Quero Amar”, foi criada para divulgar o tema.
Na segunda fase do projeto, informa a Globo, organizações da sociedade civil que atuam na defesa de direitos ganharão espaço na grade da emissora para a veiculação de filmes em parceria ou produzidos por terceiros. Já há filmes programados até o ano que vem.
Maurício Stycer, UOL
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